Abacate s.m. Persea americana Miller (Lauraceae). Origem: Naturalizada. 1. loc. Seios da mulher desejada: “Teus peitos de abacate” (DF, p. 244). 2. Presente: “chegou com um grande abacate maduro” (TSF, p.133); “meteu o abacate entre as inúmeras coisas que abarrotavam a maleta” (TSF, p. 134). Comentário: Concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito, Inflorescência, Flor, Fruto inteiro, Fruto cortado, Pireno inteiro, Pireno cortado
Abacaxi s.m. Ananas comosus (Linnaeus) Merril (Bromeliaceae). Origem: Nativa. 1. Ingrediente de bebida alcoólica: “De jenipapo ou de abacaxi?” (GCC, p.42). 2. objeto de desejo: “doida por abacaxis” (DF, p.131).Comentário Concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Cultivo, Inflorescência, Fruto inteiro, Fruto partido
Abóbora s.f. Cucurbita pepo Linnaeus (Cucurbitaceae). Origem: Cultivada. 1. Mercadoria: “sacos de alva farinha de mandioca. Bananas cor de ouro, abóboras amarelas, verdes jilós, quiabos, laranjas.” (GCC, p. 48); “contendo frutas, farinha de mandioca inhame, e aipim, carne de sol, chuchu e abóbora” (DF, p.22). 2. Alimento religioso: “para Yansã, não ofereçam abóbora, não lhe dêem alface ou sapoti” (DF, p.203).
Imagens: Flor estaminada, Flor pistilada, Fruto fechado, Fruto aberto
Acácia s.f. Espécie indeterminada (Fabaceae [Leguminosae]). Origem indeterminada. 1. Ornamentação de jardim particular: “florida de trepadeiras e acácias” (DF, p. 48). Comentários: este nome vernáculo pode ser aplicado à inúmeras plantas, pertencentes a diferentes gêneros, de forma que é impossível associar a uma única espécie. Corrêa (1978[1926], v.1, p. 15-19), traz diversas denominações para este nome vernáculo, todas da família Fabaceae (Leguminosae). Menezes (1949, p.14) traz apenas três epítetos (angico, asiática e australiana) todos referentes a esta mesma família. Isso permite associar este nome à família das leguminosas, mas não possibilita a identificação da espécie.
Açucena s.f. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. 1. Ornamentação de jardim particular: “um pequeno jardim bem cuidado de rosas-chá e açucenas” (GCC, p. 73). Comentários: este nome vernáculo pode ser aplicado à inúmeras plantas, pertencentes a diferentes gêneros e famílias, de forma que é impossível associar a uma única espécie. Corrêa (1978[1926], v.1, p. 29-31) associa este nome a diversos gêneros e famílias diferentes (Amaryllidaceae, Liliaceae e Rubiaceae), no que é seguido por Menezes (1949, p.15). Silva et al. (1979, p.22) atribuíram apenas o nome Lilium candidum L. (Liliaceae).
Aipim s.m. Manihot esculenta Crantz (Euphorbiaceae). Origem: Nativa. 1. Alimento: “deixava bolo de milho e de aipim, cuscuz de mandioca também.” (GCC, p. 81); “arrancando uma felpa de aipim” (TSF, p. 114). 2. Alimento de desejum: “Sobre a alva toalha, cuscuz de milho com leite de coco, banana-da-terra frita, inhame, aipim” (GCC, p. 108). 3. Alimento de sobremesa: “alguns bolos de aipim ou carimã” (DF, p. 4). 4. Alimento de tira-gosto: “os doces de aipim, de milho” (GCC, p. 39). 5. Mercadoria: “contendo frutas, farinha de mandioca inhame, e aipim, carne de sol, chuchu e abóbora” (DF, p. 22). 6. Produto agrícola de subsistência: “Com a mandioca e o milho, a batata doce e o aipim, não conseguiam viver” (GCC, p. 267). Comentário: Concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito, Botão floral, Flor aberta, Fruto imaturo, Raízes tuberosas
Alecrim s.m. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. 1. Padrão de odor: “o céu a lua amarela e um perfume de alecrim” (DF, p. 55). 2. Alimento (tempero): “carne tenra nos perfumes do coentro e do alecrim” (DF, p. 104). Comentários: este nome vernáculo pode ser aplicado à inúmeras plantas, pertencentes a diferentes gêneros e famílias, de forma que é impossível associar a uma única espécie. Corrêa (1978[1926], v. 1, p. 53-56) relaciona este nome a diferentes gêneros de diferentes famílias (Fabaceae [Leguminosae], Lamiaceae [Labiatae], Clusiaceae [Guttiferae], Orchidaceae, Portulacaceae, Asteraceae [Compositae], Verbenaceae; no que acompanha Menezes (1949, p. 17) e Silva et al. (1979, p. 44-51).
Alface s.m. Lactuca sativa Linnaeus (Asteraceae [Compositae]). Origem: Cultivada. 1. Alimento impróprio para Orixá: “para Yansã, não ofereçam abóbora, não lhe dêem alface ou sapoti” (DF, p. 203).
Imagens: Folhas
Alfazema s.f. Espécie indeterminada (Lamiaceae [Labiatae]) Origem indeterminada. 1. Padrão de odor: “um cheiro de alfazema queimada perfumando o ar […] um defumador queimava alfazema” (GCC, p. 161); “o cheiro de alfazema queimada em defumadores de barro os alcançou” (DF, p. 74); “onde a alfazema punha um cheiro de família e de inocência” (DF, p. 158); “no leito monumental de jacarandá maciço e cheiro de alfazema” (DF, p. 159). 2. Seios da mulher desejada: “seios de alfazema” (GCC, p. 70). Comentário: nome vernáculo sempre associado às Lamiaceae (Labiatae), mas a gêneros diferentes. Corrêa (1978[1926], v. 1, p. 65) relaciona a diversas espécies de Lavandula e Hyptis (Lamiaceae [Labiatae]). Menezes (1949, p. 18) acrescenta Vitex agnus-castus L. (Lamiaceae [Labiatae]). Silva et al. (1979, p. 56) associa este nome à Lavandula spica L., da mesma família.
Alga s.f. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Padrão de odor: “ardido cheiro de sargaços, de algas e ostras” (DF, p.157). Comentário: Nome que reúne as plantas talosas, criptogâmicas, comuns nos mares, mas presentes na água doce, com várias espécies pertencentes a diferentes gêneros e famílias (cf. CORRÊA, 1978[1926], v. 1, p. 69).
Algodão s.m. Gossypium hirsutum Linnaeus (Malvaceae). Origem: Naturalizada. Topofitônimo: “Passam por Brejo em Brasa, por Junco, Gavião, Algodão e, na madrugada de 25 estão em Tabuleiro Alto” (CE, p. 178). Homem (velhice respeitável): “hebreu de barbas de algodão” (DF, p. 239). Material de vestuário: “Antes elas faziam um pequeno enxoval de algodão e esperavam o casamento como uma libertação” (S, p. 101). Mercadoria: “dois exportadores de fumo e de algodão […] em geral eram apenas seções de grandes casas exportadoras de tabaco, café, algodão e coco” (TSF, p. 186). Produto agrícola: “Campos que amamos, que conhecemos nas suas plantações de cana, de milho, de cacau, de café e de algodão” (CE, p. 14). Produto farmacêutico: “a pedir ao caixeiro um pacote de algodão” (DF, p. 143); “Dona Norma riu-se pagando a conta do algodão” (DF, p.144). Comentário: Identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Algodoal s.m. Gossypium hirsutum Linnaeus (Malvaceae). Origem: Naturalizada. Produto agrícola (plantação): “entra pelas fazendas, cafezais, algodoais, mandiocais e milharais” (CE, p. 211). Comentário: cf. Algodão.
Alho s.m. Allium sativum Linnaeus (Amaryllidaceae). Origem: Cultivada. Alimento (Tempero): “uma xícara de leite de coco, puro, sem água; uma xícara de azeite de dendê […] Para o molho: três dentes de alho […]o gengibre com o coco, o sal com a pimenta, o alho com a castanha” (DF, p. 19); “Ralem duas cebolas, amassem o alho no pilão; cebola e alho não empestam, não, senhoras, são frutos da terra, perfumados” (DF, p.20); “Tomem do sal, do coentro, do alho e da cebola, alguns tomates e o suco de um limão” (DF, p. 135); “sal, limão, alho, cebola, tomate, pimenta, e azeite, azeite doce à vontade” (DF, p.105); Padrão de odor: “seu ativo cheiro de alho” (GCC, p. 27); “desde o inquilino até o cheiro de alho” (S, p. 14). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito, Bulbos, Bulbo vista superior, Bulbo vista lateral
Ameixa s.f. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Alimento: “foi encontrá-lo embaixo das arvores do jardim comendo ‘ameixas'” (CA, p. 223). Comentário: Não parece tratar-se da ameixa comum (Prunus sp.). Corrêa (1978[1926], p. 88-91), associa diversos nomes científicos a este vernáculo relacionado a diferentes famílias (Olacaceae, Rosaceae,Salicaceae, Apocynaceae); Menezes (1949, p. 21) acrescenta Magnoliaceae. Silva et al. (1979, p. 72-73), relaciona Ximenia americana L. (Ximeniaceae) ao vernáculo Ameixeira-da-Bahia, concordando com Menezes (1949, p. 20), diferindo, porém, de Corrêa (1978[1926], v. 1, p. 90-91) que atribui a esta espécie o nome Ameixeira-do-Brasil.
Amendoim s.m. Arachis hypogaea Linnaeus (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Naturalizada. Alimento (Tempero): “moam amendoins, camarões secos, castanhas de caju, gengibre, sem esquecer a pimenta malagueta ao gosto do freguês” (DF, p. 135); Alimento (Tempero erótico): “se o vatapá, forte de gengibre, pimenta, amendoim” (DF, p. 135); “Jamais necessitei de gengibre e amendoim […] Viúva no fogão a cozinhar o vatapá, pesando o gengibre, o amendoim, a malagueta, e tão somente” (DF, p. 136). Comentário: Identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito, Flor, Fruto fechado
Amoreira s.f. Morus nigra Linnaeus (Moraceae). Origem: Cultivada. Topofitônimo: “na Amoreira” (DF, p. 215). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Imagens: Flor estaminada, Flor pistilada, Fruto
Ananaz s.m. Ananas comosus (Linnaeus) Merril (Bromeliaceae). Origem: Nativa. Característica brasileira: “Mira los ananazes, por ejemplo” (DF, p. 131). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 1, p. 108-111) relaciona o nome vernáculo “Ananaz” com Ananas sativus Schult. Menezes (1949, p. 22) traz Ananassa sativus Schult., considerando-a como espécie “mater” do abacaxi. Silva et al. (1979, p. 81) traz o nome Bromelia ananas L. Os três trabalhos consideram uma espécie nativa do Brasil. Tais nomes são citados na Flora e Funga do Brasil (2024), como sinônimos de Ananas comosus (L.) Merr.
Angélica s.f. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Mentira: “dúzia de angélicas de escolha trabalhosa” (DF, p. 143). Comentários: É o nome vernáculo de várias espécies de famílias diferentes como Angelica archangelica L. (Apiaceae); Guettarda argentea Lam. (Rubiaceae), Polianthes tuberosa L. (Amaryllidaceae), de acordo com Corrêa (1978[1926], v. 1, p. 115-116). Menezes (1949, p. 22-23) associa também às espécies Schubertia multiflora Mart. (Apocynaceae) e Guettarda angelica Mart. ex Muell. Arg. (Rubiaceae).
Araçá s.m. Espécie indeterminada (Myrtaceae). Origem: Nativa. Antropofitônimo: “Plínio Araçá” (GCC, pp. 136, 137, 144, 157, 192, 250, 252, 265, 296). Ingrediente de bebida alcoólica: “Marilda e a empregada serviam licores feitos em casa: de ovos, de violetas, de groselha, de umbu, de araçá” (DF, p. 152). Comentários: nome vernáculo de diversas espécies, pertencentes a gêneros diferentes (Psidium, Campomanesia), geralmente inclusas entre as Myrtaceae (MENEZES, 1949 p. 25; SILVA et al., 1979 p. 104-108); Corrêa (1978[1926], v. 1, p. 139-143) acrescenta algumas poucas espécies pertencentes às Melastomataceae e Rubiaceae.
Arroz s.m. Oryza sativa Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Alimento: “arroz de haussá” (GCC, p. 36); “arroz sem sal” (DF, p. 101); “Dona Flor observou o marido enquanto lhe passava a travessa de arroz” (DF, p. 211); “quase perde o ponto do arroz de haussá” (DF, p.232). Alimento (almoço): “da carne de sol assada, do arroz, do feijão, do doce de banana em rodinhas” (GCC, p. 111). Alimento (sobremesa): “um arroz-doce” (DF, p. 145). Cosmético: “pondo pó-de-arroz” (DF, p. 190). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Bambu s.m. Espécie indeterminada (Poaceae [Gramineae]) Origem indeterminada. Característica psicológica humana (fragilidade): “seu corpo enorme parece um frágil bambu” (TSF, p. 106). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 1, p. 245) e Menezes (1979, p. 33) associam este nome à Bambusa arundinacea Willd., que atualmente é sinônimo de Bambusa bambos (L.) Voss. (cf. WFO). A maioria das espécies com este nome, pertence ao gênero Bambusa, mas existem outros gêneros (Dendrocalamus, Phyllostachys) de Poaceae assim nomeados.
Banana s.f. Musa paradisiaca Linnaeus (Musaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “moquecas de aratu em folhas de banana, cocadas” (DF, p. 178). Alimento (Almoço): “da carne de sol assada, do arroz, do feijão, do doce de banana em rodinhas” (GCC, p. 111). Alimento (desejum): “sublimes as talhadas de banana frita.” (GCC, p. 108). Ameaça física: “Bem no meio da rua, pisou na casca de banana, escorregou e foi ao chão, sujando a roupa branca” (S, p. 20). Característica psicológica humana (homem não vigoroso): “Teu irmão é um molengas, um banana” (DF, p. 255). Homem (pênis): “senão todo um cacho de bananas” (DF, p. 24). Mercadoria: “sacos de alva farinha de mandioca. Bananas cor de ouro, abóboras amarelas, verdes jilós, quiabos, laranjas.” (GCC, p. 48); “que vêm para vender sua farinha, seu milho, suas bananas e laranjas” (TSF, p. 198); “Hoje, essa casa transformou-se num sobradinho com uma quitanda embaixo, bem fornecida de bananas e laranjas” (S, p. 19). Objeto de desejo: “que não podia correr com eles, nem tomar parte nos furtos de banana e sapoti” (S, p. 20). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Imagens: Inflorescência e frutos imaturos, Frutos maduros
Banana-da-terra s.f. Musa paradisiaca Linnaeus (Musaceae). Origem: Cultivada. Alimento (desejum): “Sobre a alva toalha, cuscuz de milho com leite de coco, banana-da-terra frita, inhame, aipim” (GCC, p. 108).
imagem: Fruto
Bananal s.m. Musa paradisiaca Linnaeus (Musaceae). Origem: Cultivada. Produto agrícola (plantação): “que ia buscar jaca mole nas grandes jaqueiras, cachos de banana-ouro nos bananais onde viviam as cobras” (TSF, p. 60); “nem banana-ouro que o negro ia buscar nos bananais” (TSF, p. 66).
Imagens: paisagem
Banana-ouro s.f. Musa paradisiaca Linnaeus (Musaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “que ia buscar jaca mole nas grandes jaqueiras, cachos de banana-ouro nos bananais onde viviam as cobras” (TSF, p. 60); “nem banana-ouro que o negro ia buscar nos bananais” (TSF, p. 66).
Baraúna s.f. Schinopsis brasiliensis Engler (Anacardiaceae). Origem: Nativa. Antropofitônimo: “Teodoro das Baraúnas” (GCC, p. 15); Idem (TSF, pp. 95,96, 106, 157, 180, 189, 229, 234, 237, 239, 240, 243); Topofitônimo: “fazia pra mais de dez anos que trabalhava nas Baraúnas pro coronel Teodoro” (TSF, p. 87); “morto das ‘Baraúnas'” (TSF, p. 88); “Fazenda das Baraúnas” (TSF, p. 103); “Ficou uma conta braba de medicação no armazém das Baraúnas” (TSF, p. 113); “que tomou pelo atalho pras Baraúnas” (TSF, p. 114); “o proprietário das Baraúnas” (TSF, p. 123); “e dar um pulo nas Baraúnas” (TSF, p. 150); “dono das Baraúnas” (TSF, p. 158). Coisa imprestável: “Aqui só tem mesmo areia. E baraúna.” (GCC, 213). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Barriguda s.f. Espécie indeterminada (Malvaceae). Origem: Nativa. Material de mobiliário: “colchão de lã de barriguda” (GCC, p. 161); “a cama de colchão de barriguda” (DF, p. 145). Comentários: Este nome é geralmente associado às espécies de Malvaceae (Bombacoideae) que apresentam um intumescimento no caule. Dois gêneros podem ser associados: Cavanillesia e Ceiba. Ambos apresentam as sementes comosas, ou seja, envoltas por tricomas chamados popularmente ‘paina’ que lembra uma lã, sendo utilizada para o enchimento de colchões e travesseiros (cf. CORRÊA, 1978[1926], v. 1, p. 270-271; MENEZES, 1949, p. 36).
Batata-doce s.f. Ipomoea batatas (Linnaeus) Lamarck (Convolvulaceae). Origem: Naturalizada. Produto agrícola (subsistência): “cultivavam mandioca milho, batata doce, inhame” (GCC, p. 267); “Com a mandioca e o milho, a batata doce e o aipim, não conseguiam viver” (GCC, p. 267). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito, Raízes tuberosas
Batata-do-reino s.f. Solanum tuberosum Linnaeus (Solanaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “Este prato deve ser servido com batatas do reino cozidas em água sem sal, ou farofa branca recoberta de coentro” (DF, p. 105).
Imagens: Tubérculos
Cabaça s.f. Lagenaria siceraria (Molina) Standl. (Cucurbitaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “o mendigo Cabaça cria um rato de estimação” (S, p. 2); “Boa noite, Cabaça […] Cabaça sentou-se, estirando as pernas […] A negra riu e Cabaça continuou […]” (S, p. 24); “Cabaça não ligou […] Cabaça cortou o acarajé em pedaços pequenos […] Cabaça enrolou-se na colcha” (S, p. 25); “Ah! Já sei! Cabaça e esse gringo velho vivem falando nisso” (S, p. 26); “Cabaça garantia, que mendigando, Artur faria bom dinheiro” (S, p. 30); “Você é que tá bem, Cabaça. Trepa com esse ratão” (S, p. 35); “Quando Cabaça já estava na porta” (S, p. 56); “Cabaça, o mendigo que dormia sob a escada” (S, p. 67); “tropeçava em Cabaça” (S, 69); “cuscuz e munguzá na porta da rua notava o crescimento diário da ferida no pé de Cabaça […] A preta velha avisou à Assistência que, numa manhã enevoada, recolheu Cabaça, apesar dos seus berros e dos seus protestos […] Cabaça não estava com o acarajé sem pimenta” (S, p. 77); “Cabaça… Você não conhecia Cabaça? Um velho, com uma ferida na perna…[…] — Cabaça… Tá na Assistência, muito mal […] — Quem? Cabaça? Se importava com quê? […] Cabaça deixou um cobertor […] Eu gostava de Cabaça […] Todo santo dia Cabaça comprava um acarajé pro rato […] Mas isso de criar rato só vi o Cabaça” (S, p. 79). Comentários: Menezes (1949, p. 44) associa este nome à espécie Cucurbita lagenaria L. que atualmente é sinônimo de Lagenaria siceraria (Molina) Standl., da mesma família (cf. WFO). Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
imagens: Flor estaminada, Flor pistilada, Fruto Imaturo
Cabaçal s.m. Lagenaria siceraria (Molina) Standl. (Cucurbitaceae). Origem: Cultivada. Topofitônimo: “Entre o rio Sepotuba e Cabaçal não há caminhos” (CE, p. 205).
Cabaçu s.m. Genipa americana Linnaeus (Rubiaceae). Origem: Nativa. Antropofitônimo: “Que fossem dizer isso a Maria Cabaçu.” (S, p. 98); “enquanto lá em cima Maria Cabaçu ria a sua gargalhada estrondosa na qual havia algo de infantil […] Faltava-lhe, porém, coragem para falar com Maria Cabaçu sobre mudança […] Aí Maria Cabaçu se bandeou para o Vermelho […] Mudou-se numa noite, na outra foi dormir com Maria Cabaçu […] Maria Cabaçu se contentou em sorrir […] deixou a cara de Maria Cabaçu escorrendo sangue de tanto bofetão […] Maria Cabaçu…” (S, p. 99); “Maria Cabaçu procurou-o por toda parte, não para se vingar” (S, p. 100). Comentários: Menezes (1949, p. 44) relaciona este nome ao “Genipapo”.
Cacatial s.m. Theobroma cacao Linnaeus (Malvaceae). Origem: Naturalizada. Produto agrícola (plantação): “substituindo as flores nos cacatiais” (GCC, p. 10).
Cacau s.m. Theobroma cacao Linnaeus (Malvaceae). Origem: Naturalizada. Produto agrícola: “Fora o coronel Coriolano Ribeiro dos primeiros a atirar-se às matas e a plantar cacau” (GCC, p. 86); “o plantio de cacau novo” (GCC, p. 96); “Nas roças, os frutos de cacau punham-se de vez” (GCC, p. 125); “esse ano é cacau de dar gosto” (GCC, p. 141); “os trabalhadores colhiam os cocos de cacau […] Amontoavam-se os grãos de cacau […] apenas a tropa de cacau mole atingia a estrada” (GCC, p. 152); “nos cochos de cacau mole […] numa dança de passos miúdos revolvendo o cacau ao sol” (GCC, p. 162); “Nunca vi tanto cacau…” (GCC, p. 171); “O cacau está seco […] E assim mesmo só faz cacau em pó” (GCC, p. 173); “o cacau secando nas barcaças e estufas” (GCC, p. 213); “trouxera técnicos para a poda do cacau” (GCC, p. 218); “Quando estavam começando a plantar as frágeis mudas de cacau” (GCC, p. 268); “plantar cacau, milho e mandioca […] até que o cacau começasse a frutificar” (TSF, p. 20); “plantaria uma roça de cacau” (TSF, p. 21); “eu e Joaquim enchemos mata e mata de cacau […] plantamos mais que mesmo um bando de jupará que é bicho que planta cacau…” (TSF, p. 23); “ficaram até com o cacau que já tava secando” (TSF, p. 24); “derrubando mata pra plantar cacau […] Dá muito cacau” (TSF, p. 29); “cacau é uma lavoura nova […] mas a terra daqui é a melhor do mundo para cacau […] não há terra melhor pro cacau” (TSF, p. 30); “e estava sonhando com as roças de cacau carregadas de frutos” (TSF, p. 35); “a melhor terra do mundo para o plantio do cacau […] via as roças de cacau se estendendo na terra onde antes fora a mata […] nada mais belo no mundo que as roças de cacau” (TSF, p. 40); “via novamente toda aquela terra negra plantada de cacau” (TSF, p. 41); “Fora uma questão de contrato de cacau […] plantaram cacau e, entre o cacau, a mandioca, o milho de que iam viver os três anos de espera até que os cacaueiros crescessem […] e vingado de cacau” (TSF, p. 42); “não vê ele que tinha, ótimas matas em terrenos excelentes para o plantio de cacau? […] Fizeram as contas dos pés de cacau que haviam vingado […] , da terra plantada começaram a surgir as mudas de cacau […] Pelo dinheiro do contrato de cacau?” (TSF, p. 43); “a casa perdida entre as roças de cacau” (TSF, p. 46); “onde o cacau seca ao sol,pisa” (TSF, p. 47); “as roças de cacau […] revolvendo o cacau mole” (TSF, p. 48); “as arrobas de cacau” (TSF, p. 49); “ele trazia na mão um pequeno coco de cacau” (TSF, p. 53); “o pequeno coco de cacau na mão” (TSF, p. 54); “que ninguém conhece terra para cacau como eu” (TSF, p. 56); “Pois eu te digo que não há terra melhor pra lavoura de cacau que as de Sequeiro Grande.” (TSF, p. 56); “não há terra pra cacau como as de Sequeiro Grande […] Se aquela terra retratada na oleo gravura fosse boa para o cultivo do cacau” (TSF, p. 57); “quando cortava os cocos de cacau nas roças” (TSF, p. 60); “sobre o estado do cacau mole” (TSF, p. 67); “colhendo cacau” (TSF, p. 70); “já estavam sendo preparadas as mudas de cacau” (TSF, p. 77); “que mesmo com as roças de cacau […] e estar na roça colhendo cacau […] o visgo do cacau mole se grudava nele” (TSF, p. 78); “Só restava mesmo o visgo de cacau mole preso na sola dos pés […] onde as mudas de cacau começavam a virar troncos” (TSF, p. 79); “voltava pela roça de cacau” (TSF, p. 80); “e ele continuava a colher cacau nas roças […] que o de trabalhador de roça de cacau…” (TSF, p. 87); “essa mata do Sequeiro Grande é terra boa pra cacau” (TSF, p. 95); “Daqui uns tempos vai ser tudo pé de cacau…” (TSF, p. 97); “que naquelas terras iam crescer os pés de cacau” (TSF, p. 101); “que vão colher o cacau das roças de Sequeiro Grande” (TSF, p. 103); “para plantar a árvore do cacau […] assistiu ao nascimento dos primeiros pés de cacau” (TSF, p. 105); “plantar cacau na terra” (TSF, p. 107); “Carne vai ser estrume de pé de cacau” (TSF, p. 108); “pras plantações de cacau” (TSF, p. 109); “onde era depositado o seu cacau seco” (TSF, p. 117); “Mas o cacau não só liquidou os alambiques […] com o andar rápido da lavoura do cacau” (TSF, p. 118); “Ferradas nascera em torno do armazém de cacau […] ele precisava de um depósito onde juntar o cacau […] que vinham conduzindo tropa de cacau […] os burros vigiados por causa dos ladrões de cacau” (TSF, p. 119); “cacau e mais cacau se depositava nos armazéns […] armazéns onde o cacau era depositado” (TSF, p. 124); “e com sua roça de cacau” (TSF, p. 125); “que colhia suas mil arrobas de cacau” (TSF, 126); “antes de chegar em casa, ainda parou um momento para reconhecer de quem era o cacau trazido” (TSF, 147); “Agora nós quer derrubar ela pra plantar cacau” (TSF, p. 158); “desde que a lavoura do cacau” (TSF, p. 170); “as suas fazendas de cacau […] em fazendeiros de cacau” (TSF, p. 172); “era assim o porto de São Jorge dos ilhéus que começava a aparecer nos mapas econômicos mais novos coberto por uma planta de cacau” (TSF, p. 174); “ao resolver derrubar e plantar de cacau a mata do Sequeiro Grande” (TSF, p. 176); “Capitão, boto a mão no fogo que no mundo inteiro não há terra igual a essa para o plantio do cacau” (TSF, p. 179) “antes que os Badarós pudessem plantar em paz seu cacau nessas terras” (TSF, p. 180); “olhou a fazenda em torno da casa grande, o terreiro, as roças de cacau , com um ar de proprietário […] Os trabalhadores partiam todas as manhãs para as roças, a colher cacau, outros pisavam cacau mole nos cochos ou dançavam sobre o cacau seco nas barcaças […] gemidos sob o sol nas roças de cacau” (TSF, p. 182); “trazendo a planta do cacau” (TSF, p. 188); “boa para o cacau” (TSF, p. 194);”para recomeçar a plantar cacau […] Diziam que era o visgo do cacau mole que agarra nos pés de um e nunca mais larga (TSF, p. 195); “que a mata do Sequeiro Grande se transformou em roças de cacau” (TSF, p. 197); “que plantaram cacau […] hoje são roças de cacau” (TSF, p. 198); “esperando ele também plantar roça de cacau” (TSF, p. 216); “os trabalhadores andavam pelas roças colhendo cacau” (TSF, p. 220); “que vai colher cacau” (TSF, p. 224); “sua febre cheia de visões de cacau […] plantava e colhia cacau no seu delírio” (TSF, p. 226); “As flores do cacau começaram a nascer nos troncos e nos galhos […] que agora não tinham roça para colher nem cacau para secar” (TSF, p. 234); “O cacau é boa lavra…” (TSF, p. 235); “não poder ver a mata do Sequeiro Grande plantada de cacau” (TSF, p. 237); “as mudas de cacau que deviam ser plantadas” (TSF, p. 239); “como haviam incendiado uma quantidade de roças de cacau […]durante toda aquela luta as roças de cacau haviam sido respeitadas” (TSF, p. 240); “olhou pela janela as roças de cacau” (TSF, p. 249); “nunca quisera comprar roça de cacau” (TSF, p. 253); “partiriam por entre as roças de cacau […] para muito longe das roças de cacau” (TSF, p. 255); “que entendiam de cacau como ninguém […] se espantavam do tamanho dos cocos de cacau […] a melhor terra do mundo para o plantio do cacau” (TSF, p. 260); “que conhecemos nas suas plantações de cana, de milho, de cacau, de café e de algodão” (CE, p. 14); “nas extensões das fazendas de fumo, de cacau” (S, p. 23); “enquanto esperavam navio que os levasse para a escravidão das fazendas de cacau de Ilhéus” (S, p. 70); “Entre os pés de cacau” (GCC, p. 267). Produto agrícola (esperança de riqueza): “Botar uma roça, plantar cacau junto nós dois? […] Muito tinham-lhe contado daquela terra do cacau para onde iam […] plantar cacau” (GCC, p. 67); os mais pobres entre quantos deixavam suas casas e suas terras no apelo do cacau (GCC, p. 96); “tanto pra trabalhar nas roças de cacau […] Tem ocupação também nos armazéns de cacau […]Ademais viera com a intenção de se meter nas roças de cacau” (GCC, p. 66); “poderia adquirir a sonhada roça de cacau” (GCC, p. 266); “juntando um dinheirinho para comprar uma rocinha de cacau” (GCC, p. 292); “terra assim tão boa para o cacau nunca existira” (GCC, p. 293); “contratar a plantação de uma roça de cacau” (GCC, p. 295). Produto agrícola (exploração do proletariado): “Vou colher cacau /no cacaueiro…” (GCC. p. 152); “Pensa que é para eles que eu planto cacau? […] ia colhendo cacau” (GCC, p. 153). Mercadoria: “em roças de cacau […] estava tentado em empregar uma parte do seu capital em fazendas de cacau” (TSF, p. 30); “iam encher os porões do navio com sacos de cacau, fardos de fumo […]” (CA, p. 113); “com os preços do cacau em constante alta […] Cresciam as roças de cacau”(GCC, p. 10); “capaz de destruir os recém-nascidos brotos dos cocos de cacau […] assistira depois à chegada das primeiras mudas de cacau […] Não imaginando que, com o cacau, chegava a riqueza, um tempo novo para a terra sob sua proteção” (GCC, p. 11); “Aqueles brotos apenas nascidos dos cocos de cacau” (GCC, p. 12); “exportador de cacau […] transportava cacau de Itabuna Ilhéus.” (GCC, p. 13); “dos caminhões transportando cacau […] A cultura do cacau dominava todo o sul do estado da Bahia […] crescia Ilhéus, capital do cacau […] conduzindo cacau para os armazéns” (GCC, p. 14); “Depois que os padres jesuítas haviam trazido as primeiras mudas de cacau […] Quando as matas foram derrubadas e os pés de cacau plantados sobre cadáveres e sangue […] sol iria agora dourar os frutos de cacau […] o cacau a secar nas barcaças” (GCC, p. 15); “Tinham vindo atraídos pelo cacau […] preço do cacau […] Se o cacau subir nem que seja quinhentos réis este ano” (GCC, p. 17); “Carregadores conduziam sacos de cacau dos armazéns para o navio da ‘Bahiana'” (GCC, p. 19); “Ilhéus produz uma grande parte do cacau que se consome no mundo[…] a renda da exportação do cacau fica é na cidade da Bahia” (GCC, 20); “que nos começos da República e da lavoura do cacau” (GCC, p. 22); “os nomes e os feitos dos homens do cacau” (GCC, p. 25); “os frutos jovens de cacau podiam apodrecer nas árvores” (GCC, p. 27); “no rastro do cacau dando dinheiro” (GCC, p. 30); “exportou-se cacau para o mundo” (GCC, p. 32); “Ali crescia o cacau.” (GCC, p. 33); “exportando cacau” (GCC, p. 34); “nuns perigosos negócios de compra e venda de cacau” (GCC, p. 39); “Cada saco de cacau que sai do porto da Bahia significa dinheiro para as docas de lá […] cacau é bom negócio” (GCC, p. 56) “se cacau não fosse o bom negócio que é […] os técnicos vindos para a poda do cacau” (GCC, p. 57); “Já tinham me falado de Ilhéus, do cacau[…] Puxa, você chegou outro dia e já é o primeiro exportador de cacau […] Para eles, é plantar e colher cacau.” (GCC, p. 58); “comprando cacau” (GCC, p. 62); “e logo poderia ele comprar as sonhadas roças de cacau” (GCC, 79); “mas sabiam do preço do cacau em alta […] descia carregada de sacos de cacau” (GCC, p. 100); “todo o cacau para o estrangeiro […] quando os grandes cargueiros viessem buscar o cacau no porto de Ilhéus” (GCC, p. 101); “viriam buscar cacau” (GCC, p. 105); “o magno problema da exportação direta do cacau não existia” (GCC, p. 112); “todo o andar térreo ocupado pela ensacagem de cacau” (GCC, p. 131); “Prepare-se para ver em breve o cacau de suas fazendas saindo direto de Ilhéus para a Europa, para os Estados Unidos… ” (GCC, p. 141); “Vim aqui para lhe vender meu cacau” (GCC, p. 143); “Sou um simples exportador de cacau” (GCC, p. 159); “Viera ele próprio lhe vender seu cacau” (GCC, p. 163); “Sei que o senhor vendeu seu cacau a ele […] compra e exporta cacau” (GCC, p. 173); “cacau saindo daqui pro mundo inteiro” (GCC, p. 174); “E se aos pés de cacau” (GCC, p. 192); “trabalhadores abandonavam os sacos de cacau” (GCC, 213); “àquele cais do cacau” (GCC, p. 286); “para ali receber diretamente os sacos de cacau” (GCC, p. 290); “ensacadores de cacau” (GCC, p. 291); “ali compravam o cacau aos fazendeiros” (TSF, p. 124); “que traziam cacau chegassem até o centro da cidade […] e o cacau entrava na cidade em carroças puxadas por cavalos […] uma grande parte do cacau” (TSF, p. 170); “em busca de caminho para trazer o seu cacau até o porto de Ilhéus” (TSF, p. 174); “vários dormindo já nos depósitos de cacau” (TSF, p. 183); “deposito de cacau […] uma das três ou quatro firmas que começavam a se dedicar à exportação de cacau […] fundaram firmas para a exportação de cacau […] Criaram uma seção para o cacau […] Ainda eram pequenas as casas exportadoras de cacau […] nós, aqui, já compramos até este mês mais cacau que durante todo o ano passado junto […] não acredito que o cacau dê mais de catorze mil réis a arroba esse ano […] e olhe que, por catorze mil réis, é melhor plantar cacau que dizer missa cantada… […] quem puder guardar seu cacau, vai ganhar dinheiro muito…” (TSF, p. 186); “É verdade que se coloca quanto cacau haja… […] O nosso cacau ainda não é nada em vista do cacau da Costa d’Ouro […] e plantar ela de cacau […] Daqui a cinco anos tou-lhe vendendo cacau dessas terras… […] Os Badarós vendiam seu cacau […] Dinheiro para derrubar a mata e plantar cacau!” (TSF, p. 187); “Teriam mais cacau que os ingleses” (TSF, p. 194); “e lhes venderia cacau colhido nas roças novas” (TSF, p. 196); “o preço do cacau” (TSF, p. 208); “incendiou o depósito de cacau seco […] botando a perder duzentas e cinquenta arrobas de cacau já vendido” (TSF, p. 229); “enquanto que Horácio não vendera sequer metade do seu cacau já colhido nesta safra” (TSF, p. 230); “O fogo devorava cartórios, plantações de milho e mandioca, armazéns com cacau seco, matavam-se homens […] propuseram finalmente comprar o cacau mas com uma garantia hipotecária […] Mas se recusou a comprar o cacau […] e Sinhô Badaró teve que vender o cacau” (TSF, p. 240); “sobre o preço do cacau” (TSF, p. 250); “O preto Henrique que suspendia uma saca de cacau no armazém 6” (S, p. 84); “Riqueza o cacau rasgava estradas” (GCC, p. 94); “não havia lavoura mais próspera que a do cacau […] As terras do cacau onde dinheiro era lixo nas ruas” (GCC, p. 66); “não saiu para vir trabalhar no cacau, ganhar dinheiro (GCC, p. 67); para poder comprar terras onde plantar cacau […] Nacib sonhava com roças de cacau” (GCC, 94); “sem roças de cacau” (GCC, p. 119); “o sonho de um pedaço de terra onde plantar cacau ganhava realidade” (GCC, p. 135); “os que vivem na roça colhendo cacau” (GCC, p. 172); “não era fazendeiro de cacau” (GCC, p. 187); “a roça de cacau a aproximar-se […] Uma roça de cacau” (GCC, p. 192); “montados em seu cacau” (GCC, 193); “a quando se tratava de exportador de cacau” (GCC, p. 202); “o cacau deve continuar a sair pela Bahia?” (GCC, p. 219); “A guerra do cacau” (GCC, p. 222); “como se ele fosse um coronel do cacau” (GCC, p. 280); “fazendeiro de cacau” (DF, p. 5, 190); “esse fazendeiro de cacau ou de tabaco […] nem filho de coronel do cacau” (DF, p. 30) “se não era nenhuma princesa nem possuía roça de cacau?” (DF, p. 31); “quando enxodozadas com um coronel do cacau” (DF, 65); “coronéis do cacau” (DF, p. 101); “herdeira de roças de cacau” (DF, p.107); “plantando uma rocinha de cacau” (DF, p. 117); “onde os coronéis do cacau rasgavam notas de quinhentos” (DF, p. 204); “rico de cacau e de preconceitos exige que ela abandone o Rádio” (DF, p. 237); “o perdulário do cacau “(DF, p. 258); “terras, dinheiro, cacau e morte” (TSF, p. 15); “Agripino Doca dissera-lhe maravilhas de Ilhéus e do cacau” (TSF, p. 16); “onde surgira o cacau” (TSF, p. 17); “Porém, mal ela passava, as conversas recaíam no tema de sempre: cacau” (TSF, p. 18); “onde o cacau dava um dinheirão” (TSF, p. 19); “cacau é ouro” (TSF, p. 30); “Decididamente ia enriquecer nessas terras do cacau” (TSF, p. 31); “Se o cacau der catorze mil réis esse ano levo a família ao Rio… “(TSF, 34); “dono de tantas terras plantadas de cacau” (TSF, p. 53); “ela tinha sua roça de cacau” (TSF, p. 65); “os Badarós tiverem aquelas matas vão ter a fazenda maior do mundo, vão ter mais cacau que o resto de toda a gente junta” (TSF, p. 69); “o tropeiro de agora poderia ter amanhã uma grande fazenda de cacau” (TSF, p. 174); “ia comer os lucros do cacau” (TSF, p. 224); “Os outros era o cacau quem prendia, a ambição de dinheiro” (TSF, p. 253); “os homens do cacau da Bahia” (CE, p. 89); “esse cacau tão falado, que a tantos enriquecera” (S, P. 89). Topofitônimo: “eleito deputado pela terra do cacau” (GCC, p. 58); “Naquele tempo a rivalidade entre as duas primeiras cidades da zona do cacau” (GCC, p. 116); “que marcava um passo a mais no progresso da zona do cacau” (GCC, p. 117); “progresso da região do cacau” (GCC, p. 143); “Não iria entregar a zona do cacau” (GCC, 214); “a zona do cacau é uma só” (GCC, p. 219); “falando da volta dos tempos de banditismo na zona do cacau” (GCC, p. 244); correndo a zona do cacau […] Alarmou-se então o deputado pela zona do cacau” (GCC, p. 271); ” qual o destino da zona do cacau” (GCC, p. 275); ” Agora era o novo chefe da terra do cacau.” (GCC, p. 277); ” e um velho diz que ninguém volta destas terras do cacau” (TSF, p. 21); ” contava casos da Terra do cacau” (TSF, p. 25); ” naquele caminho da terra do cacau” (TSF, p. 39); ” nas estradas da terra do cacau” (TSF, p. 48); ” essa terra do cacau” (TSF, p. 55); ” Sua pontaria era a melhor de toda aquela zona do cacau” (TSF, p. 70); ” endêmico então em toda a zona do cacau” (TSF, p. 84); ” no tempo relativamente curto em que Virgílio estava na zona do cacau” (TSF, p. 93); ” as histórias da terra do cacau […] Durante algum tempo Ferradas marcara os limites da terra do cacau” (TSF, p. 117); ” que era o outro lado das terras do cacau” (TSF, p. 118); ” De Ferradas, partiam as novas estradas recém abertas da terra do cacau […] respeitado como ele só na zona do cacau” (TSF, 122); ” que chegavam de toda a zona do cacau” (TSF, p. 124); ” os dois varado juntos as matas da terra do cacau” (TSF, p. 125); ” pesava o clima da terra do cacau” (TSF, p. 132); ” o que espantava era ele ser, apesar disto, um homem respeitado nas terras do cacau” (TSF, p. 135); ” Desta terra do cacau sairia rico” (TSF, p. 165); ” na terra do cacau […] Mas Damião andava maluco pelas estradas do cacau” (TSF, p. 192); ” não vê a moça bailando nas terras do cacau” (TSF, 194); ” Sinhô Badaró pensou que se fossem iluminar todas as cruzes que iam se levantar de agora em diante as estradas da terra do cacau ficariam mais iluminada que mesmo as ruas de Ilhéus.” (TSF, p. 196); ” encheram de sangue a terra negra do cacau” (TSF, 198); ” se atrevia a viajar por estas estradas do cacau” (TSF, p. 199); ” a voz do negro Damião, magro e sujo, doido manso choramingando pelos caminhos do cacau” (TSF, p. 201); ” um cadáver a mais nas estradas do cacau” (TSF, p. 216); ” para outras terras que não sejam essas terras do cacau?” (TSF, p. 256); ” em roça de cacau, nessas terras, meu filho, nasce até bispo. nasce estrada de ferro,nasce assassino, caxixe […] que abriam clareiras de civilização na terra negra bárbara do cacau” (TSF, p. 258); ” hoje do cacau” (GCC, p. 11); ” não eram senão homens da zona do cacau” (GCC, p. 30). Cultura: “perdura a tradição das histórias do cacau […] se reúnem em torno aos cegos para ouvirem as histórias do tempo do começo do cacau” (TSF, p. 198); ” Os trabalhadores nas roças tinham o visgo do cacau mole preso aos pés […] tinham o visgo do cacau preso na alma […] tudo que nascia junto com o cacau, se haviam apossado dele” (TSF, p. 215); ” viviam os dois em função do cacau, do ouro dos frutos dos cacaueiros […] onde nada lhe recordasse Ilhéus, o cacau, as mortes” (TSE, p. 216); ” coberto pela sombra do cacau […] visgo de cacau mole” (TSF, p. 217); ” coberto de visgo de cacau que havia secado” (TSF, p. 220); ” e sentia sujo, metido naquele visgo de cacau até o pescoço” (TSF, p. 254); ” a lei do cacau […] os pés livres do visgo de cacau moleque os prende ali” (TSF, p. 255); ” Tudo é o cacau” (TSF, p. 258). Poder: “e de maior número de pés de cacau” (GCC, p. 270); ” Não fomos nós, os fazendeiros de cacau?” (GCC, p. 38); ” Donos de roças de cacau.” (GCC, p. 96); ” mesmo os coronéis do cacau” (GCC, p. 291); ” Os coronéis do cacau” (GCC, p. 296); ” um coronel do cacau” (GCC, p. 298); ” dono das fazendas de cacau de São Jorge dos Ilhéus” (TSF, p. 194) cacau era dinheiro, era poder, era a vida toda, estava dentro deles, não apenas plantado sobre a terra negra e poderosa de seiva.” (TSF, p. 215). Marco histórico: “os filhos das famílias de antes do aparecimento do cacau” (GCC, p. 30); ” nem o podia ser no Ilhéus dos começos do cacau” (GCC, p. 32); ” eram tudo que sobrava de antiga família ilheense de antes do cacau” (GCC, p. 42); ” antes do cacau” (GCC, p. 43); ” vinha dos primeiros tempos do cacau” (GCC, p. 78). Paisagem: “as roças de cacau” (GCC, p. 31); ” das plantações de cacau” (GCC, p. 86); ” iria correr sua sorte nas matas dessa terra do cacau” (GCC, p. 67). Padrão de odor: “era o perfume das amêndoas de cacau seco” (GCC, p. 125); ” um cheiro de chocolate que é o cheiro de cacau seco.” (TSF, p. 173). Motivo para enlouquecer: “O italiano metera-se pelo interior na alucinação do cacau […] Devia-se sobretudo ao italiano, de cabeça voltada para as roças de cacau” (GCC, p. 39). Prisão: “Nas grilhetas do cacau…[…] o destino da gente presa ao cacau” (TSF, p. 193). Amor: “Ester e cacau […] deixou com Ester o coco de cacau […]” (TSF, p. 54). Sedução: “Dizem que é aquele visgo do cacau mole que prende os homens ali […] o visgo do cacau está pegando na sola dos seus pés” (TSF, p. 195). Alta sociedade: “pois os coronéis do cacau não primavam pela religiosidade” (GCC, p.10). Atrativo para as pessoas: “Os pés grudavam no mel do cacau” (GCC, p. 57). Característica Psicológica humana (Frivolidade): “falava de cacau” (GCC, p. 163). Característica Psicológica humana (Naturalidade): “Não tem nem pé de cacau…” (GCC, p. 156). Causa da fecundidade: “Essa terra dá tudo enquanto der cacau…” (TSF, p. 258). Causa da revolução na vida econômica: “Uma nova vida começara com o aparecimento do cacau” (GCC, p. 25). Desflorestamento: “finalmente haviam terminado, quatro mil mudas de cacau cobriam a terra onde fora a floresta virgem, assustadora” (GCC, p. 268). Destino: “através das estradas do cacau” (TSF, 128). Dote: “ganhar roça de cacau sem o trabalho de plantar” (GCC, p. 73). Economia histórica: “A árvore que influía em ilhéus era a árvore do cacau” (TSF, p. 172). Gentílico: “a renegar essa insubmissa gente do cacau” (GCC, p. 271). Importância: “não havia conversação em que a palavra cacau não entrasse como elemento primordial” (TSF, p. 172). Ingrediente de bebida alcoólica: “cálices de licor de cacau” (DF, p. 81). Medida de valor: “por pé de cacau que houvesse vingado” (GCC, 267). Mulher: “o chão cavado de enxada, de cacau cultivado” (GCC, p. 294). Nome de órgão de governo: “sua irmã casara com um agrônomo da Estação Experimental de Cacau” (GCC, p. 38). O que causa medo: “das roças de cacau” (TSF, p. 49). Padrão de valor pessoal: “pelos pés de cacau plantados” (GCC, p. 32). Período histórico: “no começo do cacau…” (TSF, p. 117). Presente econômico melhor: “cresciam agora as roças de cacau” (GCC, p. 25). Sexo: “No cacau tem tanto mel” (GCC, p. 152). Trambique: “a gente nem sabe onde vai parar os pés de cacau que a gente plantou” (TSF, p. 23). Violência: “onde só se falava em cacau e mortes.” (TSF, p. 47). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Imagens: Flor, Fruto imaturo, Fruto aberto, Sementes frescas (Cacau mole), Sementes secas
Cacaual s.m. Theobroma cacao Linnaeus (Malvaceae). Origem: Naturalizada. Produto agrícola: “quando as sombras viravam assombrações pelas matas e cacauais” (GCC, p. 267); ” os homens curvados nos cafezais, nos cacauais, dobrados na Amazônia vendida, esfomeados nas cidades, explorados nos campos” (CE, p. 99); ” desde os campos do sul do Chile aos cacauais da Bahia” (CE, p. 230). Topofitônimo (lugar amaldiçoado): “Passavam sombras nos cacauais” (GCC, p. 268). Mercadoria: “tão vigorosos e promissores quanto os cacauais do padre levara ela, envoltos embaixo cambraia e renda” (GCC. p. 11).
Cacaueiro1 a. Theobroma cacao Linnaeus (Malvaceae). Origem: Naturalizada. Topofitônimo: “municípios cacaueiros” (GCC, p. 214); ” a serviço da região cacaueira” (GCC, p. 32); ” órgão a serviço da defesa dos interesses da região cacaueira” (GCC, p. 53); ” defender os sagrados interesses da região cacaueira” (GCC, p. 112); ” aos partidários do desenvolvimento da região cacaueira repugnavam tais métodos de luta” (GCC, p. 214); ” para a região cacaueira” (GCC, p. 270); ” repercutiu o debate em municípios da região cacaueira” (DF, p. 16); ” benfeitor da zona cacaueira” (TSF, p. 259).
Cacaueiro2 s.m. Theobroma cacao Linnaeus (Malvaceae). Origem: Naturalizada. Produto agrícola: “vou colher cacau /no cacaueiro…” (GCC, p. 152); ” onde em três anos os cacaueiros começavam a produzir” (GCC, p. 86); ” apontava os cacaueiros” (GCC, p. 153); ” plantar quatrocentos cacaueiros por tarefa” (GCC, p. 267); ” nas roças floriam os cacaueiros” (GCC, p. 290); ” uma árvore que se chamava cacaueiro” (TSF, p. 20); ” plantei muito cacaueiro com essas mãos que tão aqui…” (TSF, p. 23); ” via o campo cultivado de cacaueiros […] em breve ali seriam os cacaueiros” (TSF, p. 40); ” a manhã de sol dourava os cocos ainda verdes dos cacaueiros […] cacaueiros jovens de cinco anos […] os cacaueiros enfloraram” (TSF, p. 41); ” plantaram cacau e,entre o cacau, a mandioca, o milho de que iam viver os três anos de espera até que os cacaueiros crescessem” (TSF, p. 42); ” ele dando conta do estado dos cacaueiros […] eram cacaueiros deles” (TSF, p. 43); ” nessa manhã ele ia entre os cacaueiros […] via apenas os frutos dos cacaueiros” (TSF, p. 45); ” posso te dizer que basta eu pisar numa terra e sei logo se ela presta ou não pro cacaueiro” (TSF, p. 56); ” e nas suas águas se misturavam as folhas caídas dos cacaueiros […] Seria tudo cacaueiro” (TSF, p. 77); ” Raimunda se perdia entre os cacaueiros” (TSF, p. 79); ” via os cacaueiros nascendo” (TSF, p. 108); ” Cada filho vai plantar seu cacaueiro em riba do sangue do pai…” (TSF, p. 108); ” Mas os cacaueiros nasciam e frutificavam” (TSF, p. 194); ” enterrava de novo o seu dinheiro num pedaço de terra para plantar cacaueiro… […] entram por entre os cacaueiros(TSF, p. 195); ” e quanto antes plantála decacaueiros” (TSF, p. 201); ” amadurecendo os frutos dos cacaueiros” (TSF, p. 234); ” mas se respeitavam os cacaueiros” (TSF, p. 240); ” como as mudas de cacaueiros” (TSF, p. 243); ” sobre os cacaueiros” (TSF, p. 255); ” cinco nos demoravam os cacaueiros a dar os primeiros frutos” (TSF, p.260); ” Natureza: “haviam colocado um cacaueiro novo” (TSF, p. 151); ” Jessé e mais dois homens plantaram o cacaueiro […] apenas empurraram às pressas o cacaueiro dentro do buraco […] urinou em cima do cacaueiro” (TSF, p. 152); ” Cultura: “viviam os dois em função do cacau, do ouro dos frutos dos cacaueiros” (TSF, p. 216); ” nasce até bispo em pé de cacaueiro…” (TSF, p. 258). Proteção: “agora estavam ele e seus homens por trás de uns cacaueiros […] Foram andando pelos cacaueiros.” (TSF, p. 196). Religião: “pedindo que o enterrem debaixo de um cacaueiro” (TSF, p. 195); ” que iluminasse os cadáveres junto aos cacaueiros” (TSF, p. 196). Característica Psicológica humana: “Tomou do fruto do cacaueiro” (TSF, p. 54); ” Mercadoria: “e ordenara aos macacos juparás que se encarregassem de multiplicar os cacaueiros” (GCC, p. 11). Paisagem: “Aí, plantio de um cacaueiro” (TSF, p. 142).
Café s.m. Coffea arabica Linnaeus (Rubiaceae). Origem: Naturalizada. Alimento: “Veja se esse café sai ou não sai” (CA, p. 138); ” que sorvia o café em golinhos” (CA, p. 139); ” Parecia esperar o exportador, mandou trazer café” (GCC, p. 218); ” Bebiam o café […] pediu mais café” (GCC, p. 219); ” café é indispensável […] café pequeno […] O melhor é manter a água na chaleira para não faltar café […] além do café […] mesmo café […] Café completo […] biscoitos acompanham o cafezinho” (DF, p. 4); ” conversar e a tomar café” (DF, p. 85); ” Depois tu compra farinha, carne, cachaça, café” (TSF, p. 88); ” Aceitou o café que a criada trazia” (TSF, p. 185); ” da cozinha chegava o suave aroma do café coado pela ama” (DF, p. 205); ” Ester propôs que tomassem o café na sala […] Felícia entrava com a bandeja de café […] que mexia sua xícara de café […] Gosto de café bem doce” (TSF, p. 75); ” beber a caneca de café” (TSF, p. 78); ” Gabriela acabava de pôr na mesa os bules fumegantes de café e leite” (GCC, p. 108); ” servia-lhe uma pequena xícara de café […] a empregada esperou com a xícara de café” (GCC, p. 272); ” Costumava acordar para o café que dona Risoleta aprontava, de manhã, cedinho” (S, p. 64); ” por que atrasava o magro café” (CA, p. 197); ” Tendo feijão e carne seca, café e pinga, estão contentes” (GCC, p. 97); ” fervia água para café” (TSF, p. 222); ” Levavam café, leite, doces de milho, remédios para os feridos” (CE, p. 151); ” Nem farinha, nem açúcar, nem café, nem sal” (CE, p. 179); ” Os mantimentos faltam, não há café, nem açúcar, nem farinha” (CE, p. 192); ” uma bebida pardacenta pela manhã à qual os nazis chamavam de café” (CE, p. 323); ” Poder político: “Do poder central, o café e o imperialismo se lançavam sobre os Estados, fazendo os governadores, as câmaras, os senados […] O café de São Paulo dava um presidente, o café de Minas dava outro […] Mesmo as demais culturas do campo brasileiro desapareciam diante do rei-café […] E o café, soberano e único, os desconhecia no seu governo, como desconhecia o povo sofrendo nas cidades e nos campos” (CE, p. 89); ” Mas no interior não morava o inglês, nem o alemão, nem o ianque, todos esses que tinham dinheiro para emprestar ao governo, nem o brasileiro rico, o paulista e o mineiro do café” (CE, p. 91); ” Lima Barreto resultava de tudo isso e da miséria em que vivia o povo brasileiro, como Coelho Neto resultava da vida pacata, cômoda, das camadas governantes, dos fazendeiros de café não querendo saber como vivia a gente do país” (CE, p. 92); ” a fortuna cafeeira iria poucos anos depois explodir no ‘modernismo'” (CE, p. 93); ” O Presidente da República, Washington Luís, representante dos interesses dos latifundiários de café” (CE, p. 238); ” Um “modernista” [Oswald de Andrade] passando adiante do “modernismo” faz o necrológio do movimento e da burguesia do café em novelas candentes de sátira” (CE, p. 266); ” grão-senhor do café” (GCC, p. 271). Mercadoria: “as plantações de café” (GCC, p. 11); ” das pobres plantações de café” (GCC, p. 15); ” Mundinho ainda era sócio das fazendas de café” (GCC, p. 35); ” Você sabe que minha família negocia com café” (GCC, p. 35); ” Podia ganhar tanto ou mais exportando café” (GCC, p. 58); ” em geral eram apenas seções de grandes casas exportadoras de tabaco, café, algodão e coco” (TSF, p. 186); ” A política vendia o país, contraía empréstimos, girava em torno de um produto, ora a borracha, ora o café, ora o açúcar, os literatos ignoravam o país” (CE, p. 86); ” de la crisis del café” (CE, p. 235); ” É a época da queima do café” (CE, p. 271). Produto agrícola: “eu não troco por café” (TSF, p. 30); ” as roças de café” (TSF, pp. 117, 118); ” Campos que amamos, que conhecemos nas suas plantações de cana, de milho, de cacau, de café e de algodão, cidade e povoados tão líricos, usinas e fábricas, mares dos saveiros, das canoas e dos navios, ” (CE, p. 14); ” mas o governo continuava a responder às ordens da oligarquia fazendeira, dos donos dos pés de café […] Os presidentes que se sucediam não traziam nenhum caráter progressista, vinham quase que diretamente das fazendas de café de São Paulo e Minas” (CE, p. 88); ” o número de fazendas de mais de um milhão de pés de café, em 1927, é de 21 com um total de 34 milhões de cafeeiros” (CE, p. 89); ” Epitácio Pessoa, nordestino, é igual a qualquer paulista ou mineiro fazendeiro de café […] Sua fazenda não tinha no nordeste o luxo das fazendas de café do sul” (CE, p. 94); ” cruza as ruas de Santos despejando café sobre o mundo” (CE, p. 211). Economia histórica: “A história do Brasil nesses anos, que vão de 1900 a 1922, é a história do café […] A abolição levou o café a apoiar os republicanos […] O café luta contra Floriano domina o país com Prudente de Morais para não mais abandoná-lo até o ciclo dos levantes […] Através do café vinham os interesses ingleses e americanos em luta, mais os alemães e os japoneses penetrando” (CE, p. 88); ” plantações de cana e de café” (GCC, p. 25). Empresa comercial: “Um dia ela fora jovem nas ruas de Viena, as músicas melodiosas saindo de cada café, de cada boca” (CE, p. 132); ” e vai pra o Café Madri” (S, p. 9); ” O gerente do Café-Madri o chamara para dizer que, devido à crise, a casa tinha resolvido dispensar um violinista […] estava há mais tempo no Café” (S, p. 61); ” Tocara num reles Café uns dias” (S, p. 62); ” e contavam nos cafés […] no café de Zeca Tripa” (TSF, p. 98). Antropofitônimo: “a de Café Filho” (CE, p. 340). Reunião social: “com um convite para o exportador vir tomar café na intendência” (GCC, p. 217). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito, Flor, ramo frutífero, fruto
Cafeeiro1 a. Coffea arabica Linnaeus (Rubiaceae). Origem: Naturalizada. Poder político: “Os modernistas em geral procuram casamentos vantajosos na aristocracia cafeeira” (CE, p. 94); ” Vem de antes a interferência da economia cafeeira na política nacional” (CE, p. 88). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Cafeeiro2 s.m. Coffea arabica Linnaeus (Rubiaceae). Origem: Naturalizada. Produto agrícola: “o número de fazendas de mais de um milhão de pés de café, em 1927, é de 21 com um total de 34 milhões de cafeeiros” (CE, p. 89). Comentário: cf. Cafeeiro1.
Cafezal s.m. Coffea arabica Linnaeus (Rubiaceae). Origem: Naturalizada. Produto agrícola: “Os homens curvados nos cafezais, nos cacauais, dobrados na Amazônia vendida, esfomeados nas cidades, explorados nos campos” (CE, p. 99); ” entra pelas fazendas, cafezais, algodoais, mandiocais e milharais” (CE, p. 211); ” desde os cafezais de São Paulo às plantações da Argentina” (CE, p. 230).
Cajá s.m. Spondias mombin Linnaeus (Anacardiaceae). Origem: Nativa. Presente: “lhe ofertava sapotis e cajás” (DF, p. 122). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito, Inflorescência, Flor, Fruto
Caju s.m. Anacardium occidentale Linnaeus (Anacardiaceae). Origem: Nativa. Alimento: “moam amendoins, camarões secos, castanhas de caju, gengibre, sem esquecer a pimenta malagueta ao gosto do freguês” (DF, p. 135); ” Vão sair depois numa região frutífera, laranjas, limas, mangas e cajus” (CE, p. 191). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito, Inflorescência, Flor, Fruto Imaturo, Fruto Maduro
Cana1 s.f. Saccharum officinarum Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Bebida alcoólica (cachaça): “a conversar e a beber Cana de Ilhéus” (GCC, p. 252); ” carga da boa Cana de Ilhéus” (GCC, p. 290); ” apontou com o dedo as garrafas de Cana de Ilhéus” (GCC, p. 296).
Cana2 s.f. Saccharum officinarum Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Produto agrícola: “plantações de cana e de café” (GCC, p. 25); ” plantações de cana balançando ao vento” (GCC, p. 66); ” Campos que amamos, que conhecemos nas suas plantações de cana, de milho, de cacau, de café e de algodão […]” (CE, p. 14). Alimento (animal): “começou a cortar cana para uma besta que possuía” (TSF, p. 238). Trabalho árduo: “o negro mel de cana do rosto de Firmino” (CE, p. 133).
Cana-de-açúcar s.f. Saccharum officinarum Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Produto agrícola: “nem por cana-de-açúcar” (TSF, p. 30); ” nossos primos-irmãos morrendo nas plantações de cana-de-açúcar como os mulatos do Brasil” (CE, p. 47). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2023).
Imagens: Hábito, Colmo, Inflorescência
Canavial s.m. Saccharum officinarum Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Produto agrícola: “ilha plantada de canaviais e pimenteiras” (GCC, p. 286).
Imagens: Paisagem
Canavieiras s.f. Saccharum officinarum Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Topofitônimo: “que os levasse para a escravidão das fazendas de cacau de Ilhéus, Belmonte e Canavieiras” (S, p. 70).
Canela s.f. Cinnamomum verum J.Presl (Lauraceae). Origem: Cultivada. Padrão de cor (mulher desejada): “A cor de canela? […] sua cor de canela” (GCC, p. 154); ” marcando de roxo a pele cor de canela” (GCC, p. 294); ” sua cor queimada de canela […] cor de canela” (GCC, p. 138); ” sua cor de canela” (GCC, p. 264); ” Um rasgão na saia mostrava um pedaço de coxa cor de canela” (GCC, p. 106); ” em sua carne cor de canela?” (GCC, p. 256). Mulher (sensualidade, desejo): “era de cravo e canela” (GCC, p. 296); ” de Gabriela feita de cravo e de canela” (GCC, p. 199); ” Gabriela, cravo e canela” (GCC, título). Tocou o rosto de canela com a mão de navalha” (GCC, p. 285). Comentário: Identificação concorda com Flora de Funga do Brasil (2024).
Capim s.m. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Abandono: “o carrossel armado no capim da Praça da Matriz estava parado havia uma semana” (CA, p. 83); ” invadida pelo capim após sua partida” (GCC, p. 157); ” o capim invadiu a cozinha” (TSF, p. 52); ” antes plantadas de capim” (TSF, p. 174). Local de descanso: “Deitavam no capim úmido” (S, p. 86). Memória idílica: “que se largara da sua mão e corria pelo capim” (S, p. 88). Mulher (fertilidade): “chão onde nasciam árvores e medrava o capim” (GCC, p. 294). Ornamentação (pública): “no meio de uma larga praça plantada de capim” (TSF, p. 124).Violência (vítima): “os cavalos pisando o capim da praça” (TSF, p. 152). Trata-se de um termo genérico aplicado a um número indeterminado de espécies vegetais herbáceas que formam populações aglomeradas e extensas. Menezes (1949, p. 53) afirma que ele é aplicado a espécies das famílias “Comelinácias, Eriocaulales, Liliácias e Leguminosas, muitas Ciperácias e inúmeras Gramínias”.
Capinzal s.m. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Quintal: “Havia ainda um capinzal” (S, p. 69).
Caraíba s.f. Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook.f. ex S.Moore (Bignoniaceae). Origem: Nativa. Topofitônimo: “Entram em povoados: Monte Alto, Caraíbas, Gabriel Lapão, Tiririca do Açuruá, Rochedo […] Em Caraíbas são procurados por homens de Horácio de Matos” (CE, p. 171).
Imagens: Copa da árvore , Folha , Flor
Carimã s.m. Manihot esculenta Crantz (Euphorbiaceae) Origem: Nativa. Alimento: “alguns bolos de aipim ou carimã” (DF, p. 4).
Carnaúba s.f. Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore (Arecaceae [Palmae]). Origem: Nativa. Fonte de combustível: “A marcha é iluminada com grandes velas de cera de carnaúba” (CE, p. 154).
Carnaubeira s.f. Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore (Arecaceae [Palmae]). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “Através da caatinga que começa e dos bosques de carnaubeiras” (CE, p. 175). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Carvalho s.m. Quercus sp. (Fagaceae). Origem: Cultivada. Material de mobiliário: “pesada porta de carvalho” (DF, p. 37). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 2, p. 104-105) cita as espécies “Maytenus evonymoides Reiss da família das Celastraceas [… e] Terminalia rotundifolia Glaz. da família das Combretaceas”, acrescentando “Rhopala rhombifolia M. (R. longepetiolata Kl.), da família das Proteaceas” como “Carvalho Branco”, “Quercus palustris Muenchh., da família das Fagaceas” como “Carvalho da América” e “Quercus pedunculata Ehrh. (Quercus robur L. var. pedunculata Née) da mesma família” como “Carvalho da Europa”.
Castanha s.f. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Alimento (Tempero): “o gengibre com o coco, o sal com a pimenta, o alho com a castanha” (DF, p. 135). Comentário: conforme citado, este nome pode referir-se a muitas “castanhas” utilizadas na culinária brasileira. Tratando-se da culinária bahiana é possível que se trata da castanha do caju, mas o texto original não deixa qualquer indicativo que se trata desta castanha.
Castanheiro s.m. Bertholletia excelsa Bonpl. (Lecythidaceae). Origem: Nativa. Riqueza: ” filho de pai latifundiário no Pará, dono de navios e ilhas, de seringais, matas de castanheiros” (DF, p. 33). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Caxixe s.m. Cucumis sp. (Cucurbitaceae). Origem indeterminada. Falsidade Ideológica: “Quando o caxixe reinou” (GCC, p. 15); ” Campeava o caxixe […] e lhe ofereciam pouco para o vulto do caxixe” (GCC, p. 32); ” Já ouviram falar em caxixe? […] vem um advogado com um coronel, faz caxixe” (TSF, p. 23); ” O coronel Horácio fez um caxixe mais doutor Rui” (TSF, p. 24); ” era um caxixe importante” (TSF, p. 76); ” todos com os caxixes escandalosos […] era em Tabocas que o caxixe medrava […] devido a um caxixe bem feito […] se resguardar completamente da possibilidade do caxixe futuro […] fizera certa vez um caxixe que ficara célebre […] na quietude da sua fazenda Claudionor estudara o caxixe” (TSF, p. 126); ” em meio aos caxixes” (TSF, p. 127); ” explicou o caxixe” (TSF, p. 146); ” É o maior caxixe que já vi falar” (TSF, p. 147); ” Mas não teve nada porque a gente desfez o caxixe em dois tempos” (TSF, p. 158); ” que fez o caxixe da medição…” (TSF, 164); ” fizesse um caxixe bem feito e tomasse sua terra” (TSF, p. 174); ” explicava ao público o “inominável caxixe” que era registrar um título de propriedade à base de uma velha medição já sem valor legal” (TSF, p. 177); ” tentaria primeiro legalizar a situação com um caxixe qualquer” (TSF, p. 180). Fecundidade: “em roça de cacau, nessas terras, meu filho, nasce até bispo, nasce estrada de ferro, nasce assassino, caxixe […]”. Fofoca: “Ezequiel servia para júri e caxixe” (GCC, p. 215). Comentários: “Esbulho ou falsidade ideológica? A prática do caxixe parece ser mais próxima da falsidade ideológica, pois se restringia à manipulações fraudulentas de documentos cartoriais, sem violências físicas. Tal violência ocorreria (e ocorria frequentemente) se os moradores ou o proprietário vítima resistisse e não entregasse a terra sem luta. Aí se caracterizaria o esbulho (cf. GRECO, 2017, p. 761). Comentários: Menezes (1949, p. 72), associa o termo “Caxixi” à Cascavel
Caxixeiro a. Cucumis sp. (Cucurbitaceae). Origem indeterminada. Insulto: “a Sinhô o jornal fazia as acusações de sempre: ‘caxixeiro'” (TSF, p. 175).
Cebola s.f. Allium cepa Linnaeus (Amaryllidaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “o suco de um limão; coentro; salsa; cebolinha verde; duas cebolas; […]; Para depois: quatro tomates; uma cebola” (DF, p. 19); ” Ralem duas cebolas, amassem o alho no pilão; cebola e alho não empestam, não, senhoras, são frutos da terra, perfumados […] (essas tolas acham a cebola fedorenta, que sabem elas dos odores puros? Vadinho gostava de comer cebola crua e seu beijo ardia) […] Tomem de quatro tomates escolhidos, um pimentão, uma cebola […]” (DF, p. 20); ” Tomem do sal, do coentro, do alho e da cebola, alguns tomates e o suco de um limão” (DF, p. 135); ” sal, limão, alho, cebola, tomate, pimenta, e azeite, azeite doce à vontade” (DF, p. 105). Homem desejado: “nunca mais sua ardida boca de cebola crua! […]” (DF, p. 20); ” Toma de tudo isso em tua boca ardida, de cebola crua” (DF, p. 243); ” o gosto ardido de gengibre, de pimenta, de cebola crua” (DF, p. 252). Religião (alimento de Orixá): “Oxum gosta de acará e de ipeté feito com inhame, cebola e camarão” (DF, p. 203). Mulher desejada: “Tu parece uma cebola, carnuda e sumarenta, boa de morder…” (DF, p. 201). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Cebolinha s.f. Allium schoenoprasum Linnaeus (Amaryllidaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “o suco de um limão; coentro; salsa; cebolinha verde; duas cebolas ” (DF, p. 19) Piquem o coentro bem picado, a salsa, alguns tomates, a cebolinha e meio pimentão” (DF, p. 20). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Cedro s.m. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Material de mobiliário: “Leito de cedro […] levou a cama de cedro” (TSF, p. 109). Riqueza: “nem de cedro” (TSF, p. 109). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 2, p. 174-175), associa este nome às espécies Cabralea laevis DC. “da família das Meliaceas” e várias “espécies da família das Pinaceas” como “Juniperus communis L. [e…] Larix europaea DC.”. Menezes (1949, p. 73) afirma tratar-se de uma designação comum a espécies fornecedoras de madeira de grande qualidade pertencentes às famílias “Pinácias, […] Laurácias e Meliácias”.
Chuchu s.m. Sicyos edulis Jacquin (Cucurbitaceae). Origem: Naturalizada. Mercadoria: “contendo frutas, farinha de mandioca inhame, e aipim, carne de sol, chuchu e abóbora” (DF, p. 22). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito, Inflorescência, Flor estaminada, Fruto inteiro, Fruto em corte longitudinal
Cocada s.f. Cocos nucifera Linnaeus (Arecaceae [Palmae]). Origem: Naturalizada. Alimento: “com biscoitos ou cocadas” (DF, p. 66); ” um prato com cocadas brancas” (DF, p. 165); “moquecas de aratu em folhas de banana, cocadas [… ] Além do caldeirão de mungunzá de milho branco, um espetáculo! […] as gasosas de limão e de morango, os guaranás” (DF, p. 178).
Coco s.m. Cocos nucifera Linnaeus (Arecaceae [Palmae]). Origem: Naturalizada. Alimento: “eram poemas de camarão e dendê, de peixes e leite de coco, de carnes e pimenta” (GCC, p. 282); ” Sobre a alva toalha, cuscuz de milho com leite de coco, banana-da-terra frita, inhame, aipim” (GCC, p. 108); ” uma xícara de leite de coco, puro, sem água; uma xícara de azeite de dendê” (DF, p. 19); ” Quando estiver quase cozido e só então juntem o leite de coco e no finzinho o azeite de dendê” (DF, p. 20); ” doce de gelatina e coco apelidado ‘creme do homem'” (DF, p. 143); ” sem falar em algumas sobremesas como doce de coco, beiju e ambrósia” (DF, 186); ” moam o pão assim amolecido em coco […] o gengibre com o coco, o sal com a pimenta, o alho com a castanha” (DF, p. 135); ” A seguir agreguem leite de coco” (DF, p. 136); ” azeite de dendê, de coco ralado, uma pitada de pimenta do reino” (DF, p. 14); ” de dois cocos escolhidos […] o puro leite de coco sem mistura” (DF, p. 135); ” o alvo beijou de tapioca molhado em leite de coco” (DF, p. 213). Dança: “aos cocos e as rumbas” (DF, p. 180); ” um coco mexido” (GCC, p. 249); ” Cantaram cocos da terra distante […] Uma moça dançava o passo miudinho do coco” (S, p. 87); ” Olha o coco das Alagoas!” (S, p. 88). Mercadoria: “em geral eram apenas seções de grandes casas exportadoras de tabaco, café, algodão e coco” (TSF, p. 186). Mulher amada: “Meu doce de coco” (DF, p. 62). Religião (procedimento religioso): “folhas com sabão de coco” (DF, p. 248).
Imagens: Hábito, Infrutescência, Pireno inteiro, Pireno partido
Coentro s.m. Coriandrum sativum Linnaeus (Apiaceae [Umbeliferae]). Origem: Cultivada. Alimento: “o suco de um limão; coentro; salsa; cebolinha verde; duas cebolas” (DF, p. 19); ” Piquem o coentro bem picado, a salsa, alguns tomates, a cebolinha e meio pimentão” (DF, p. 20); ” carne tenra nos perfumes do coentro e do alecrim” (DF, p. 104); ” Este prato deve ser servido com batatas do reino cozidas em água sem sal, ou farofa branca recoberta de coentro” (DF, p. 105); ” Tomem do sal, do coentro, do alho e da cebola, alguns tomates e o suco de um limão” (DF, p. 135). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Coqueiral s.m. Cocos nucifera Linnaeus (Arecaceae [Palmae]). Origem: Naturalizada. Paisagem: “no caminho dos coqueirais do Malhado.” (GCC, p. 241); ” Morreu três dias depois, quando, a bordo do Maraú, avistava os coqueirais de Ilhéus” (S, p. 89); ” farras com mulheres nos coqueirais do Pontal” (GCC, p. 265). Desflorestamento: “derrubando os coqueirais” (TSF, p. 166). Dote: “herdeira de um coqueiral” (GCC, p. 77).
Coqueiro s.m. Cocos nucifera Linnaeus (Arecaceae [Palmae]). Origem: Naturalizada. Ornamentação de jardim particular: “almoçar num sítio de coqueiros” (GCC, p. 223); ” o vento balançando os dois coqueiros do quintal” (TSF, p. 14). Paisagem: “os coqueiros no caminho do Malhado” (GCC, p. 231); ” os coqueiros nascendo ao largo de todo o areal” (TSF, p. 172). Topofitônimo: “Aquele que afundou na barra dos Coqueiros…” (TSF, p. 156). Honraria: “no dia da posse armaram com flores e folhas de coqueiro um arco” (TSF, 258). Produto agrícola: “comprara os terrenos plantados de coqueiros e os vendia em lotes” (TSF, p. 166). Proteção ao sexo adúltero: “bangalôs ocultos entre coqueiros em praias selvagens” (DF, p. 185). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Coroa-de-frade s.f. Espécie indeterminada (Cactaceae). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “No dia 19 a Coluna penetra na Estrada Cruel, em torno os mandacarus, os xique-xiques, as unhas-de-gato, as coroas-de-frade, toda a vegetação inimiga, espinhenta, da caatinga violada” (CE, p. 178). Comentários: Menezes (1949, p. 85), relaciona este termo ao nome “Mucunã”, identificado por ele como Mucuna pruriens DC., uma espécie de Fabaceae (Leguminosae) (cf. Flora e Funga do Brasil, 2024)
Cravo1 s.m. Dianthus caryophyllus L. (Caryophyllaceae). Origem: Cultivada. Religião (ato fúnebre): “Ela comprou rosas e cravos, palmas e violetas, dálias e saudades […] três cravos amarelos e quatro saudades roxas […] com ele amarrando cravos e saudades num pequeno buquê e dando um nó” (DF, p. 103). Religião (Fervor religioso): “do bolso do velho paletó que vestia retirou um cravo vermelho […] colocou o cravo por baixo do quadro” (CA, p. 47). Homem: “o cravo foi visitar […] o cravo pôs-se a chorar” (GCC, p. 189); ” Ornamentação masculina: “cravo na lapela” (GCC, p. 195). Presente: “De longe fazia sinais apontando o cravo […] Quem lhe deu esse cravo, Sebastiana?” (S, p. 108). Resposta da natureza à luminosidade do inverno: “rosas e cravos” (CA, p. 142). Sexo (preço): “não quero rosas nem cravos” (GCC, p. 9). Comentário: Inicialmente considerou-se esse nome sem associá-lo a nenhuma espécie de Dianthus, contudo, Menezes (1949, p. 87) identifica o cravo “dos jardins” como Dianthus caryophyllus L., um nome correto e aceito na Flora e Funga do Brasil (2024), que também associa ao nome vernáculo.
Cravo2 s.m. Syzygium aromaticum (L.) Merr. & L.M.Perry (Myrtaceae). Origem: Cultivada. Padrão de odor: “e o cheiro de cravo tonteava” (GCC, p. 293); ” O perfume de cravo enchia o quarto” (GCC, p. 121); ” perfume de cravo a tontear?… GCC, p. 135); ” O perfume de cravo? […] seu perfume de cravo” (GCC, p. 154); ” seu perfume de cravo” (GCC, p. 138); ” o perfume de cravo […] apenas o perfume de cravo ainda sentia” (GCC, p. 264); ” Dela vinha um perfume de cravo […] e aquele cheiro de cravo” (GCC, p. 106); ” um perfume de cravo” (GCC, p. 107); ” E aquele perfume de cravo, de tontear” (GCC, p. 120); ” seu perfume de cravo no vento a passar” (GCC, P. 285); ” Rosa rubra com cheiro de cravo, perfume de Gabriela” (GCC, p. 129). Mulher (sensualidade, desejo): “era de cravo e canela” (GCC, p. 296); ” de Gabriela feita de cravo e de canela” (GCC, p. 199); ” Gabriela, cravo e canela” (GCC, título). Comentário: Menezes (1949, p. 87) identifica que este cravo “da Índia” como Caryophyllus aromaticus L., que é um dos sinônimos do citado S. aromaticum (cf. Flora e Funga do Brasil, 2023).
Imagens: Botões secos , Fruto maduro , Fruto aberto e embrião
Crisântemo s.m. Chrysanthemum sp. (Asteraceae [Compositae]). Origem: Cultivada. Amor: “As flores desabrochavam nas praças de Ilhéus, canteiros de rosas, crisântemos, dálias, margaridas, malmequeres” (GCC, p. 125). Comentários: Menezes (1949, p. 88) cita para este nome comum duas espécies: C. sinensis Sab. e C. indicum L., que não são citadas para a Flora do Brasil (cf. Flora e Funga do Brasil, 2023)
Croá s.m. Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez (Bromeliaceae). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “atravessando noutros dias zonas de caatinga, mandacarus, quixabas, croás, favelas, palmatórias, culumbis, toda uma vegetação espinhenta, onde os caminhos eram uma utopia” (CE, p. 169).
Imagens: Hábito, Inflorescência 1, Inflorescência 2, Flor, infrutescência imatura
Culumbi s.m. Mimosa pigra Linnaeus (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “atravessando noutros dias zonas de caatinga, mandacarus, quixabas, croás, favelas, palmatórias, culumbis, toda uma vegetação espinhenta, onde os caminhos eram uma utopia” (CE, p. 169). Comentários: Provável corruptela de Calumbi, que Queiroz (2009, p. 184) associa à citada espécie.
Imagens: Ramo florífero , Ramo frutífero , Frutos maduros
Dália s.f. Dahlia sp. (Asteraceae [Compositae]). Origem: Cultivada. Amor: “As flores desabrochavam nas praças de Ilhéus, canteiros de rosas, crisântemos, dálias, margaridas, malmequeres” (GCC, p. 125). Religião (ato fúnebre): “Ela comprou rosas e cravos, palmas e violetas, dálias e saudades” (DF, p. 103). Resposta da natureza às mudanças de estação: “dhalias e violetas” (CA, p. 142). Comentários: “Dhalia”Trata-se de uma variação ortográfica de “Dália”, usada na publicação original do romance, que se deu nos anos 30 do século passado. Corrêa (1978[1926], v. 2, p. 511-514), identifica três espécies para este nome: Dahlia coccinea Cav. ( com vários sinônimos), D. imperialis Roezl. [ex Ortgies] e D. variabilis Desf. (com vários sinôimos). Menezes (1949, p. 91), associa este nome à Dahlia variabilis Desf., um sinônimo de D. pinnata Cav. (cf. Flora e Funga do Brasil, 2023).
Dendê s.m. Elaeis guineensis Jacquin (Arecaceae [Palmae]). Origem: Naturalizada. Alimento: “eram poemas de camarão e dendê, de peixes e leite de coco, de carnes e pimenta” (GCC, p. 282); ” uma xícara de leite de coco, puro, sem água; uma xícara de azeite de dendê” (DF, p. 19); ” Quando estiver quase cozido e só então juntem o leite de coco e no finzinho o azeite de dendê” (DF, p. 20); ” sirvam-lhe adun: jubá de milho em dendê e mel de abelhas” (DF, p. 203); ” seu marido era maluco por comida de dendê” (DF, p. 186); ” zeladora do dendê e da pimenta” (DF, p. 88); ” e finalmente o azeite de dendê [ …] duas xícaras bem medidas: flor de dendê, da cor de ouro velho, a cor do vatapá […] Para servi-lo falta apenas derramar um pouco de azeite de dendê” (DF, p. 136); ” azeite de dendê, de coco ralado, uma pitada de pimenta do reino” (DF, p. 14); ” para algum ignorante que não apreciasse o azeite de dendê” (DF, p. 37); ” os lábios amarelos do dendê” (DF, p. 133). Homem: “seus lábios amarelos do dendê” (DF, p. 20). Feitiço: “Farinha com azeite-de-dendê” (S, p. 48). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Eucalipto s.m. Eucalyptus sp. (Myrtaceae). Origem: Cultivada. Homem: “como um triste eucalipto solitário” (GCC, p. 73). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 2. p. 614-634), associa a este nome (“Eucalypto”) as seguintes espécies: E. acmenioides Schauer, E. botryoides Smith, E. cornuta Labill, E. goniocalyx F. Mueller, E. gummifera Hochr., E. gunnii Hk., E. macrorhyncha F. Mueller, E. maculata Hk., E. mircocorys F. Mueller, E. paniculata Smith, E. pilularis Sm., E. piperita Sm., E. planchoniana F. Mueller, E. Polyanthema Schauer, E. punctata DC., E. rostrata Schlch., E. rudis Endl. entre outras. Menezes (1949, p. 99), cita as seguintes espécies: E. globulos Labil., E. citriodora Hook., E. crebra Muel., E. obliqua L’Heret., E. robusta Sm., E. diversicolor Muel., E. amigdalina Labil., E. gonphocephala DC. Silva et al. (1979, p. 502-504) cita apenas E. globulus Labil.
Eugênia s.f. Eugenia sp. (Myrtaceae). Origem: Nativa. Antropofitônimo: “Eugênia Álvaro Moreira” (CE, p. 319). Comentários: Eugenia é um epíteto genérico pertencente à família Myrtaceae, entrando na composição de binômios importantes como o da pitangueira (E. uniflora L.), espécies tão comuns e cultivadas entre os brasileiros que o nome genérico transformou-se em um nome comum, utilizado principalmente entre biólogos e outros profissionais especializados plantas (como vendedores de plantas ornamentais, de frutas da estação etc.). Barroso et al. (1984, p. 163), afirma ser uma homenagem do autor do nome (Linnaeus) ao príncipe Eugênio de Savoia (1663-1736), que foi um gênio militar do período e tido como mecenas, tendo patrocinado filósofos e escritores.
Euterpe s.f. Euterpe sp. (Arecaceae [Palmae]). Origem: Nativa. Agremiação social: “Euterpe 13 de Maio” (GCC, pp. 22, 112, 157); ” Mas a Euterpe 3 de Maio” (TSF, p. 151). Comentários: Euterpe também é um nome genérico associado à espécies vegetais muito comuns, como o açaí (Euterpe oleracea Mart.), de tal forma conhecido que também é utilizado como nome comum para designar essas plantas (ou similares) por profissionais ligados aos vegetais (biólogos, agrônomos, vendedores de plantas comestíveis e ornamentais). Etimologicamente,vem da mitologia grega, sendo o nome da musa da poesia lírica e da música (Ferreira, 2004) daí ser utilizado para denominar agremiações filarmônicas.
Favela s.f. Cnidoscolus quercifolius Pohl (Euphorbiaceae) Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “atravessando noutros dias zonas de caatinga, mandacarus, quixabas, croás, favelas, palmatórias, culumbis, toda uma vegetação espinhenta, onde os caminhos eram uma utopia” (CE, p. 169). Comentários: Corrêa (1978[1926], v.3, p. 42) cita o “Faveleiro” associando-o ao binômio “Jatropha phyllacantha Muell. Arg.”, que, segundo Flora e Funga do Brasil (2023), trata-se de um sinônimo de C. quercifolius Pohl.
Imagens: Hábito, Ramo florífero
Feijão s.m. Phaseolus vulgaris Linnaeus (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Cultivada. Alimento: “da carne de sol assada, do arroz, do feijão, do doce de banana em rodinhas” (GCC, p. 111); ” Tendo feijão e carne seca, café e pinga, estão contentes” (GCC, p. 97); ” e cozinhar feijão” (GCC, p. 98); ” Dindinha, já reparou como esse feijão tem gosto de amarelo?” (S, p. 5); ” Começaram a mastigar o feijão duro e os pedaços de carne […] Com a faca de cabo quebrado puxou um carrapato de dentro do feijão” (S, p. 6); ” que catava feijão” (S, p. 17); ” descansava a panela de feijão” (S, p. 69); ” Um molecote comprava feijão e carne-seca que o preto preparava no fogareiro do quarto” (S, p. 75). Mercadoria: “Oito dias antes tinha vindo Zacarias trazer milho e farinha de mandioca e levar carne-seca, cachaça e feijão do armazém da fazenda” (TSF, p. 43). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2023) e Corrêa (1978[1926], v. 3, p. 71, como “Feijão Comum”).
Imagens: Hábito, Flor, Fruto fechado, Fruto aberto
Feijão-branco s.m. Phaseolus vulgaris Linnaeus (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Cultivada. Alimento: “não tolera inhame e feijão branco” (DF, p. 203).
Feijoada s.f. Phaseolus vulgaris Linnaeus (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Cultivada. Alimento: “Nas barracas serviam, em pratos de flandres, sarapatel, feijoada, moqueca de peixe” (GCC, p. 48); ” perdido por uma feijoada” (DF, p. 29); ” e já programava uma feijoada” (DF, p. 93); ” — Feijoada…” (S, p. 26); ” oferecia feijoada e pinga aos admiradores e cantava sambas e marchas da moda” (S, p. 35).
Flor-estrela s.f. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Característica psicológica humana (valentia): “uma mulher que tivesse no peito como uma flor, uma estrela” (CA, p. 328).
Flor-roxa s.f. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Religião (ato fúnebre): “Pirulito pôs uma flor roxa entre seus dedos” (CA, p. 284).
Fruta-pão s.f. Artocarpus altilis (Parkinson) Fosberg (Moraceae). Origem: Cultivada. Característica psicológica humana (serenidade): “a brisa suave entre a jaqueira e o pé de fruta-pão” (DF, p. 157). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2023); Corrêa (1978[1926], v.3, p. 340) associa a este nome o binômio “Artocarpus incisa L.f.” que não aparece no WFO (2023), mas encontra-se “Artocarpus incisus (Thumb.) L. f.” que é sinônimo de A. altilis (Parkinson) Fosberg.
Imagem: Hábito , Ramo frutífero , fruto , fruto em corte longitudinal , detalhe do corte longitudinal do fruto evidenciando óvulos
Fumo s.m. Nicotiana tabacum Linnaeus (Solanaceae). Origem: Naturalizada. Tabagismo: “O fazendeiro escutava, a preparar um cigarro de palha de milho e fumo de rolo” (GCC, p. 141); ” o fumo do cachimbo” (DF, p. 241); ” as grandes mão calosas seguravam o fumo” (TSF, p. 41); ” Tem pouco fumo e a espera pode de morar […] está quase contente porque agora só pensa nesse problema do fumo […] fumo bom… esse é sertanejo […] Damião está pensando é no fumo negro” (TSF, p. 64); ” rolando o fumo lentamente na mão calosa” (TSF, p. 210). Mercadoria: “iam encher os porões do navio com sacos de cacau, fardos de fumo […]” (CA, p. 113); ” durante o dia ocupado com seus negócios de fumo” (DF, p. 85); ” dois exportadores de fumo e de algodão” (TSF, p. 186). Produto agrícola: “Hoje eles tinham outros escravos pretos, mulatos e brancos, nas extensões das fazendas de fumo, de cacau” (S, p. 23). Comentários: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024); Corrêa (1978[1926], v.3, p. 347-356) cita vários binômios, além de N. tabacum L., associados a este fitônimo: “Nicotiana Langsdorffii Wein.” e “Nicotiana rustica L.” que, de acordo com WFO (2024), são espécies válidas, mas diferentes de N. tabacum L.
Imagens: Hábito e inflorescência, Flor
Gengibre s.m. Zingiber officinale Roscoe (Zingiberaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “moam amendoins, camarões secos, castanhas de caju, gengibre, sem esquecer a pimenta malagueta ao gosto do freguês […] o gengibre com o coco, o sal com a pimenta, o alho com a castanha […] se o vatapá, forte de gengibre, pimenta, amendoim” (DF, p. 135). Alimento (Tempero erótico): “Jamais necessitei de gengibre e amendoim […] Viúva no fogão a cozinhar o vatapá, pesando o gengibre, o amendoim, a malagueta, e tão somente” (DF, p. 136). Mulher desejada: “meu cobreado corpo de gengibre e mel […] Tem gosto de mel e de pimenta, e de gengibre…” (DF, p. 136); ” Tem gosto de mel e de pimenta, e de gengibre…” (DF, p. 244). Homem desejado: “o gosto ardido de gengibre, de pimenta, de cebola crua” (DF, p. 252). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2023). Corrêa (1978[1926], v. 3, p. 380-383), prefere o binômio “Zingiber zingiber Karst.”, mas tautônimos são considerados inaceitáveis pelo Código Internacional de Nomenclatura Botânica (cf. TURLAND et al., 2018).
Glicínia s.f. Wisteria sinensis (Sims) Sweet (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Cultivada. Ornamentação de roupa de cama: “com ramos de glicínia” (DF, p. 60). Comentários: Identificação concorda com FLORA E FUNGA DO BRASIL (2024); Corrêa (1978[1926], v. 3, p. 418) associa este nome a “Wistaria chinensis DC”, mas trata-se de um nome com longa história taxonômica; inicialmente Sims descreveu Glycine sinensis em 1819, mas essa espécie foi transferida por Sweet para o gênero Wisteria em 1826, contudo esta transferência já teria acontecido em 1825 no trabalho de De Candole; W. sinensis (Sims) Sweet é o binômio e autoridade registrado no FLORA E FUNGA DO BRASIL (2024) sendo o que é usado na China (cf. WFO, 2024), mas no WORLD FLORA ON LINE (2024) a autoridade é diferente: W. sinensis (Sims) DC., uma pequena diferença entre os dois sítios oficiais de sistemática e nomenclatura de espécies vegetais.
Goiaba s.f. Psidium guajava Linnaeus (Myrtaceae). Origem: Naturalizada. Alegria de viver: “Mastigar as goiabas” (GCC, p. 170); ” Vida simples: a seu quintal de goiabas” (GCC, p. 170). Paisagem: “do quintal de goiaba, mamão e pitanga” (GCC, p. 239). Coisas boas da vida: “De goiaba e pitanga” (GCC, p. 262). Mulher amada: “a morder goiabas no quintal” (GCC, p. 264). Lembranças da situação com o homem amado: “Queria um fogão, um quintal de goiaba, mamão e pitanga” (GCC, p. 285). Recanto tranquilo: “mordia goiabas, vermelhas pitangas” (GCC, 295). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Ramo frutífero, Fruto fechado, Fruto corte longitudinal
Goiabada s.f. Psidium guajava Linnaeus (Myrtaceae). Origem: Naturalizada. Alimento: “batendo o ritmo em latas vazias de goiabada” (DF, p. 70).
Goiabeira s.f. Psidium guajava Linnaeus (Myrtaceae). Origem: Naturalizada. Paisagem (quintal): “A lua, no alto dos céus, iluminava o quintal de mamoeiros e goiabeiras.” (GCC, p. 120); ” Proteção: dormindo à sombra das goiabeiras” (GCC, p. 148); ” por detrás de uma goiabeira” (TSF, p. 58); ” que conseguiu chegar até uma goiabeira perto da casa-grande do coronel.” (TSF, p. 58); ” Liberdade: abriu a gaiola em frente à goiabeira” (GCC, p. 170). Comentário: Corrêa (1978[1926], v. 3, p.429-432) concorda com identificação.
Groselha s.f. Ribes uva-crispa Linnaeus (Grossulariaceae). Origem: Cultivada. Ingrediente de bebida alcoólica: “Marilda e a empregada serviam licores feitos em casa: de ovos, de violetas, de groselha, de umbu, de araçá” (DF, p. 152). Comentários: Este binômio é associado ao fitônimo “Groselheira-espinhosa” tanto em Corrêa (1978[1926], v. 3, p. 496), como na FLORA E FUNGA DO BRASIL (2024).
Guaraná s.m. Paullinia cupana Kunth (Sapindaceae). Origem: Nativa. Alimento (Bebida refrescante): “as gasosas de limão e de morango, os guaranás” (DF, p. 178); ” encharcando-se de cerveja, gasosa e guaraná” (DF, p. 179). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e Corrêa (1978[1926], v. 3, p. 545-555).
Heliotrópio s.m. Heliotropium sp. (Heliotropiaceae). Origem: Nativa. Padrão de odor: “em perfume de heliotrópio” (DF, p. 158). Comentários: Menezes (1949, p. 114) cita o Heliotrópio dos Jardins, identificando como Heliotropium peruvianum L (sinônimo de Heliotropium arborescens L., que, de acordo com o sítio Flora e Funga do Brasil [2024], não ocorre dentro das fronteiras nacionais). Silva et al. (1979, p. 578-579), também cita H. peruvianum L. para “Heliotropia”.
Hera s.f. Hedera helix Linnaeus (Araliaceae). Origem: Cultivada. Abandono: “hera cresceu pelas varandas” (TSF, p. 52). Comentários: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024); Corrêa (1978[1926], v.4, p.24) também associa esse nome à H. helix, acrescentando ainda Evolvulus sericeus Sw. (Convolvulaceae).
Imagens: Hábito
Hortelã s.m. Mentha piperita Linnaeus (Lamiaceae [Labiatae]) Origem: Cultivada. Padrão de sabor: “e tendo chupado uma pastilha de hortelã para limpar a boca do gosto de pimenta e mel daquele beijo impudico” (DF, p. 211). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 168) associa esse nome à Mentha sativa L. (= M. aquatica L., seg. FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024) e M. sylvestris L. (= M. uliginosa Salisb., seg. IPNI, 2024 )
Hortênsia s.f. Hydrangea macrophylla (Thunb.) Ser. (Hydrangeaceae). Origem: Cultivada. Padrão de cor: “colcha de cetim azul-hortênsia […] segundo ele o lindo azul-hortênsia era um roxo funéreo” (DF, p. 60); ” derrubou-a em cima da colcha azul-hortênsia” (DF, p. 61); ” azul- rei, azul-pervanche, hortênsia, verde-mar” (DF, p. 105). Comentários: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2023); Corrêa (1978[1926], v. 4, 177-179) prefere o associar este fitônimo à Hydrangea hortensia DC., porém, de acordo com WFO (2023), este binômio não foi proposto por De Candole e sim por Siebold, fazendo H. hortensia Siebold, que foi colocado entre os sinônimos de H. macrophylla.
Imagens: Hábito, Inflorescência
Inhame s.m. Colocasia esculenta (L.) Schott (Araceae). Origem: Cultivada. Alimento: “Sobre a alva toalha, cuscuz de milho com leite de coco, banana-da-terra frita, inhame, aipim” (GCC, p. 108). Alimento (religioso): “Oxum gosta de acará e de ipeté feito com inhame, cebola e camarão […] não tolera inhame e feijão branco […] Suas comidas são ojojó de inhame, ebô de milho branco” (DF, p. 203). Produto agrícola: “cultivavam mandioca milho, batata doce, inhame” (GCC, p. 267). Antropofitônimo: “Elixir de Inhame, mulato grosso” (DF, p. 173). Mercadoria: “contendo frutas, farinha de mandioca inhame, e aipim, carne de sol, chuchu e abóbora” (DF, p. 22). Comentários: Menezes (1949, p. 117) afirma que este nome comum está associado a representantes das famílias “Arácias, Dioscoriácias e […] Amarilidácias”, sendo que na Bahia ele está mais associado a membros da família “Dioscoriácias”. Existe na verdade uma grande confusão na aplicação dos nomes “Inhame” e “Cará”, nos dias atuais, nos supermercados, o nome “Inhame” é geralmente aplicado aos tubérculos provenientes de espécies de Araceae, como Alocasia cucullata (Lour.)G. Don (Inhame-chinês, cf. Flora e Funga do Brasil, 2024); o nome “cará” é mais aplicado a representantes da família Dioscoriaceae, principalmente aos tubérculos aéreos da espécie Dioscores bulbifera L. (cará-moela); Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 307-308), afirma que com este nome comum são conhecidas várias espécies de Araceae, “mas o ‘Inhame’ propriamente dito é Colocasia antiquorum Schott”, sendo que tal binômio é, segundo FLORA E FUNGA DO BRASIL (2024), sinônimo de C. esculenta (L.) Schott, nome considerado “aceito” e associado ao fitônimo “Inhame”.
Imagens: Hábito, inflorescência
Jaca s.f. Artocarpus heterophyllus Lamarck (Moraceae). Origem: Naturalizada. Alimento: “o sol brilhava sobre o amarelo das jacas maduras” (GCC, p. 48); ” um pedaço assado de charque com farinha, uma jaca madura, comidos às pressas na hora do sol a pino” (GCC, p. 152); ” não comeria jaca colhida pelo negro Damião” (TSF, p. 66). Algo que prende: “é feito visgo de jaca” (TSF, p. 23). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Ramo frutífero imaturo, Fruto maduro, Fruto aberto
Jaca-mole s.f. Artocarpus heterophyllus Lamarck (Moraceae). Origem: Naturalizada. Alimento: “derrubavam uma jaca-mole de uma jaqueira qualquer e era a sobremesa” (TSF, p. 78); ” que ia buscar jaca-mole nas grandes jaqueiras, cachos de banana-ouro nos bananais onde viviam as cobras” (TSF, p. 60). Mulher: “que nem visgo de jaca-mole.” (TSF, p. 60).
Jacarandá s.m. Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Nativa. Material de mobiliário: “no leito monumental de jacarandá maciço e cheiro de alfazema” (DF, p. 159); ” para o leito de jacarandá” (TSF, p. 50); ” pronto para seu amor na cama de jacarandá” (TSF, p. 104); ” Mas que deixasse essas histórias, esses detalhes para os momentos de intimidade no leito de jacarandá que ocupava dois terços do quarto de dormir” (CE, p. 31). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 376-379) cita várias espécies associadas ao nome “Jacarandá”: Dalbergia brasiliensis Vog., Dalbergia cuiabensis Benth., Dalbergia violacea (Vog. ) Malme, Machaerium amplum Benth., Machaerium mucronulatum Mart., Machaerium triste Vog., Swartzia psilonema Harms; FLORA E FUNGA DO BRASIL (2024) também associa D. brasiliensis Vogel ao fitônimo, guardando D. nigra (Vell.) Alemão ex Benth. para “Jacarandá-da-Bahia”.
Imagens: Hábito , Tronco , ramo frutífero
Jalapão s.m. Operculina macrocarpa (L.) Urb. (Convolvulaceae). Origem indeterminada. Topofitônimo: “escala a serra Jalapão para chegar a 22 à margem direita do rio do Sono” (CE, p. 192); ” Em Pedro Afonso cruzam o rio do Sono, marchando a vanguarda da Coluna para o Maranhão, através de Jalapão” (CE, p. 148). Comentários: Menezes (1949, p. 122), relaciona este nome a batata-de-purga, que ele determina (p. 36) como Ipomoea operculina M. (talvez Ipomoea operculata Mart., seg. IPNI), que atualmente é identificada como Operculina macrocarpa (L.) Urb., à qual são associados nomes como “Jalapina” e “Jalap”, além de batata-de-purga (Flora e Funga do Brasil, 2023). Ferreira (2004, p. 1147), também associa este nome à citada espécie de Convolvulaceae e, da mesma forma, associando-o ao nome Batata-de-purga. Curiosamente, no local citado nas fontes amadianas, atualmente um procuradíssimo ponto turístico em Tocantins, não tem registro da referida espécie (cf. SPLINK, 2023); Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 420) associa este fitônimo à Parathesis serrulata (Sw.) Mez (Primulaceae, antes Myrsinaceae), que não é citada na FLORA E FUNGA DO BRASIL (2023), afirmando que a “Jalapa verdadeira” pertenceria à espécie Ipomoea jalapa Pursh, que, de acordo com Flora e Funga do Brasil (2024) não ocorre no Brasil.
Imagens: Hábito, Flor vista lateral, Flor vista distal, Fruto
Jambo s.m. Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M.Perry (Myrtaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Dora Cu de Jambo” (GCC, p. 214). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024). Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 427-428) relaciona Eugenia malaccensis L. [sinônimo de S. malaccense (L.) Merr & L.M. Perry, segundo WFO (2024)], ao fitônimo “Jambeiro vermelho”.
Imagens: Hábito; Ramo florífero
Jaqueira s.f. Artocarpus heterophyllus Lamarck (Moraceae). Origem: Naturalizada. Proteção(esconderijo de franco-atiradores): “a jaqueira o esconde da estrada” (TSF, p. 66); ” era uma jaqueira frondosa […] nunca atirei em nenhum dessa jaqueira […] O negro Damião chega à jaqueira” (TSF, p. 60); ” atrás de uma jaqueira perto do atalho […] Tão detrás da jaqueira… […] A cabeça de um dos assaltantes apareceu por detrás da jaqueira acertando a pontaria […] a cabeça do homem atrás da jaqueira balançou como um fruto maduro e caiu […] Tiveram que se afastar um pouco das jaqueiras” (TSF, p. 196); ” A lua sobe sobre a jaqueira” (TSF, p. 63). Fonte de alimento: “derrubavam uma jaca-mole de uma jaqueira qualquer e era a sobremesa” (TSF, p. 78). Característica psicológica humana (serenidade): ” a brisa suave entre a jaqueira e o pé de fruta-pão” (DF, p. 157). Produto agrícola: “que ia buscar jaca-mole nas grandes jaqueiras, cachos de banana ouro nos bananais onde viviam as cobras” (TSF, p. 60). Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 438) associa este fitônimo à Artocarpus integrifolia Lf., que, de acordo com Flora e Funga do Brasil (2024), apesar de ser um nome aceito, esta espécie não ocorre no Brasil, em lugar disso, este sítio associa ao fitônimo “Jaca” à espécie A. heterophyllus Lam.
imagem: Hábito
Jasmim s.m. Chrysojasminum odoratissimum (L.) Banfi (Oleaceae). Origem: Cultivada. Padrão de odor: “Lá fora, perfumada de jasmim […] perfume de jasmim” (DF, p. 157). Comentários: Inicialmente considerou-se deixar este nome sem associá-lo a uma espécie, contudo Menezes (1949, p. 123) afirma que, apesar de tratar-se da denominação de diversas espécies pertencentes às mais variadas famílias, a mais comum seria Jasminum odoratissimum L. (Oleaceae), com o que também concorda a página da Flora e Funga do Brasil (2024). Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 490) relaciona este fitônimo às espécies J. dichotomum Vahl, J. azoricum L., J. grandiflorum L. e J. pubescens Willd., além de J. odoratissimum L.; contudo, Banfi (2014) transferiu todo o táxon Jasminum sect. Alternifolia para o gênero Chrysojasminum, incluindo a antiga espécie lineana, combinação essa aceita pelo IPNI (2024) e WFO (2024).
Jasmineiro s.m. Chrysojasminum odoratissimum (L.) Banfi (Oleaceae). Origem: Cultivada. Mulher desejada: “mesmo quando Malvina estava no portão da casa nova sob o jasmineiro em flor” (GCC, p. 75). Ornamentação particular (Jardim): “com um jasmineiro à porta” (GCC, p. 73). Padrão de odor: “que o cheiro pecaminoso dos jasmineiros” (TSF, p. 154). Comentários: ver anterior.
Jatobá s.m. Hymenaea courbaril L. (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Nativa. Topofitônimo: “A travessia foi feita pelo povoado de Várzea Redonda a uma légua e meia de Jatobá, onde Siqueira encurralara o inimigo […] mantendo sob assédio até 26 a vila de Jatobá” (CE, p. 163). Comentários: Inicialmente este nome ficou sem ser associado a uma espécie botânica, mas Menezes (1949, p. 124) associa este termo ao nome “Jataí”, identificando-o como Hymenaea courbaril L., no que é acompanhado pelo sítio da Flora e Funga do Brasil (2024). Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 500-502), relaciona a este fitônimo os nomes H. altissima Ducke, H. martiana Hayne e H. splendida Vog., destes nomes, todos aceitos e corretos segundo a Flora e Funga do Brasil (2024), apenas H. altissima Ducke também é relacionado ao fitônimo “Jatobá”.
Jenipapo s.m. Genipa americana Linnaeus (Rubiaceae). Origem: Nativa. Ingrediente de bebida alcoólica: “De jenipapo ou de abacaxi?” (GCC, p. 42); ” Sorveu o licor de jenipapo” (GCC, p. 44); ” Dor de cabeça maior só com licor de jenipapo…” (DF, p. 82); ” no jenipapo do São João” (DF, p. 93); ” seu famoso licor de jenipapo” (DF, p. 115). Referencial: “sobre os jenipapos” (DF, p. 157). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024), como “genipapo” e com Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 515) como “Jenipapeiro”.
Jiló s.m. Solanum aethiopicum Linnaeus (Solanaceae). Origem: Cultivada. Mercadoria: “sacos de alva farinha de mandioca. Bananas cor de ouro, abóboras amarelas, verdes jilós, quiabos, laranjas” (GCC, p. 48). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024), como “gilo”; Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 543-545) relaciona o fitônimo à espécie Solanum gilo Raddi, que é sinônimo de S. aethiopicum L., de acordo com a Flora e Funga do Brasil (2024).
imagens: Hábito , Flor , Fruto fechado , fruto aberto
Juazeiro s.m. Sarcomphalus joazeiro (Mart.) Hauenshild (Rhamnaceae). Origem: Nativa. Topofitônimo: “se metera ele com uma tipa em Juazeiro […] o marido não só terminara com a sujeita como nem mais dormia em Juazeiro” (DF, p. 191); ” Desde aquele dia que, em Juazeiro, a companhia se dissolveu vendendo o urso e o pano para fazer o dinheiro das passagens, Laudelino entristeceu” (S, p. 95). Comentários: Esta identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e também com Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 558), que todavia, usou “Zizyphus joazeiro Mart.”, uma variante ortográfica de Ziziphus joazeiro Mart., agora sinônimo de S. joazeiro (Mart.) Hauenshild.
Imagens: Hábito , Ramo florífero , Ramo Frutífero
Junco s.m. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Topofitônimo: “Passam por Brejo em Brasa, por Junco, Gavião, Algodão e, na madrugada de 25 estão em Tabuleiro Alto” (CE, p. 178). Comentários: Menezes (1949, p. 126), associa este nome a diversas espécies como Lepidosperma officinalis (provavelmente referindo-se à espécie L. officinale Arruda ex Almeida, um nome ainda obscuro entre os botânicos [cf. WFO , 2023]) e Rhynchospora cyperoides (um nome publicado por Martius e atualmente figura entre os sinônimos de R. holoschoenoides (Rich.) Herter [cf. Flora e Funga do Brasil, 2024]); esse mesmo autor associa o nome “Junco” a um outro nome comum: “Dandá”, sugerindo (p. 91) que pode ser identificado como Cyperus jongus L. (um nome não registrado, cf. IPNI.org [2024], talvez uma variante ortográfica de C. longus L.) ou C. rotundus L., que é referido para o Brasil (cf. Flora e Funga do Brasil, 2024). Corrêa (1978[1926], v. 4, p.562-566) associa 16 nomes de espécies, restringindo apenas à família das Cyperaceae.
Jurubeba s.f. Solanum paniculatum Linnaeus (Solanaceae). Origem: Nativa. Medicinal: “cujas descobertas relativas às faculdades medicinais da jurubeba” (DF, p. 173); ” chegou a sorrir em meio aos fortes argumentos do doutor Sinval Costa Lima, o da jurubeba” (DF, p. 174). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 583-585) relaciona oito espécies de Solanum a este fitônimo: S. angustifolium Lam., S. bonariensis L., S. cuneifolium Dun., S. diphyllum L., S. fastigiatum Willd., S. glaucum Dun., S. robustum Wendl., S. torvum Sw., associando S. paniculatum L. ao fitônimo “jurubebinha” (p. 586); a Flora e Funga do Brasil (2024) associa “Jurubeba” à Cactaceae Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berger.
Imagens: Ramo florífero , Fruto
Laranja s.f. Citrus sinensis (L.) Osbeck (Rutaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “enquanto descascava uma laranja” (CA, p. 110); ” que chupava a terceira laranja” (CA, p. 113); ” tentando roubar frutas nos cestos de laranjas, limas, tangerinas, umbus e sapotis” (DF, p. 70); ” Vão sair depois numa região frutífera, laranjas, limas, mangas e cajus” (CE, p. 191). Mercadoria: “sacos de alva farinha de mandioca. Bananas cor de ouro, abóboras amarelas, verdes jilós, quiabos, laranjas” (GCC, p. 48); ” Num canto uma negra velha vendia laranjas e cocada” (CA, p. 110); ” que vêm para vender sua farinha, seu milho, suas bananas e laranjas” (TSF, p. 198); ” Hoje, essa casa transformou-se num sobradinho com uma quitanda embaixo, bem fornecida de bananas e laranjas” (S, p. 19). Ingrediente de bebida alcoólica: “Temos também de laranja e de maracujá” (GCC, p. 42). Mulher virgem: “qual deles capaz de lhe arrebatar as flores de laranja e a virgindade” (DF, p. 120). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
imagem: Fruto
Laranjeira s.f. Citrus sinensis (L.) Osbeck (Rutaceae). Origem: Cultivada. Mulher virgem: “as flores virginais da laranjeira” (DF, p. 120); ” sem as flores virginais da laranjeira” (DF, p. 121); ” as flores de laranjeira” (TSF, p. 235). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024); Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 619-621) associa este fitônimo à espécie Citrus aurantium L. com muitas variedades, sendo uma delas C. aurantium v. sinensis L., que é sinônimo de C. sinensis (L.) Osbeck.
Lilás a. Syringa vulgaris Linnaeus (Oleaceae). Origem: Cultivada. Padrão de cor: “estampados em lilás” (DF, p. 60). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 645-646) concorda com esta identificação, mas esta espécie não é citada na Flora e Funga do Brasil (2024), apenas existindo um registro dela cultivada no Brasil (Rio Grande do Sul) em 1938 (cf. SPLINK, 2024).
Lima s.f. Citrus aurantifolia (Christm.) Swingle (Rutaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “tentando roubar frutas nos cestos de laranjas, limas, tangerinas, umbus e sapotis” (DF, p. 70); ” Vão sair depois numa região frutífera, laranjas, limas, mangas e cajus” (CE, p. 191). Antropofitônimo: “Lima Barreto resultava de tudo isso e da miséria em que vivia o povo brasileiro, como Coelho Neto resultava da vida pacata, cômoda, das camadas governantes, dos fazendeiros de café não querendo saber como vivia a gente do país” (CE, p. 92); ” doutor Sinval Costa Lima” (DF, p. 174). Comentários: Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 620) associa este fitônimo à “Citrus aurantium var. lumia”, mas esta variedade não é citada na Flora e Funga do Brasil (2024).
Limão s.m. Citrus limon (L.) Osbeck (Rutaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “as gasosas de limão e de morango, os guaranás” (DF, p. 178); ” o suco de um limão; coentro; salsa; cebolinha verde; duas cebolas” (DF, p. 19); ” Lavem os siris inteiros em água de limão” (DF, p. 20); ” Tomem do sal, do coentro, do alho e da cebola, alguns tomates e o suco de um limão” (DF, p. 135); ” sal, limão, alho, cebola, tomate, pimenta, e azeite, azeite doce à vontade” (DF, p. 105). Ingrediente de bebida alcoólica: “eles providenciaram uma batida de limão” (DF, p. 90). Comentário: Corrêa (1978[1926], v. 4, p.655) relaciona este fitônimo à C. limonum Risso, que é um dos sinônimos de C. limon (L.) Osbeck segundo a Flora e Funga do Brasil (2024), que também identifica a este fitônimo.
Imagens: Flor , Fruto , Fruto aberto
Linho s.m. Linum usitatissimum Linnaeus (Linaceae). Origem: Cultivada. Material de vestuário: “E, me diga, Pitanga, quanto você está cobrando hoje por um traje de linho branco? […] Linho comum?” (DF, p. 95); ” casimiras, tropicais, linhos, móveis, perfumes, tudo de contrabando” (DF, p. 191); ” roupas de linho branco” (TSF, p. 118). Comentário: O sítio da Flora e Funga do Brasil (2024) não cita essa espécie, mas o SPLINK (2024) a registra associando-a à ambientes cultivados; Corrêa (1978[1926], v. 4, p. 664-665) concorda com essa identificação.
Macambira s.f. Bromelia laciniosa Mart. ex Schult. f. (Bromeliaceae). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “a flora opressiva dos mandacarus e das macambiras” (CE, p. 178). Comentários: Menezes (1949, p. 134) identifica como Bromelia laciniosa M[art. ex Schultes f.]; A forma como Jorge Amado utiliza a espécie para caracterizar a Caatinga, qualificando-a como “opressiva”, lembra as descrições desse ambiente feitas por Euclides da Cunha (1982[1902], pp. 117, 141). Tanto lá, como aqui, o nome parece referir-se mesmo ao binômio B. laciniosa, uma vez que ele aparece também em Martius (1841, c. 38), que descrevia o mesmo tipo vegetacional (cf. FRANÇA & FONSECA, 2020, p. 132-133); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 4-5) associa este fitônimo tanto à “Bromelia laciniosa Mart.” e à “Encholirion .spectabile Mart.”, que, no sertão do Nordeste brasileiro, está associado a esta última espécie, cuja autoridade do nome correta é Encholirium spectabile Mart. ex Schult. & Schult.f. (cf. FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024) geralmente traz um complemento especificador como “Macambira-de-flecha” ou “Macambira-de-lajedo” (cf. SPLINK, 2024).
Imagens: Flor , Fruto imaturo , Fruto maduro
Macieira s.f. Malus pumila Mill. (Rosaceae). Origem: Cultivada. Ornamentação particular (Jardim): “Nos jardins de sua casa plantara até macieira e pereira” (GCC, p. 52). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2023); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 20-21) relaciona este nome europeu à Pyrus malus L., que é um sinônimo de M. pumila Mill. (cf. FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024).
Imagens: Fruto , Fruto cortado , semente
Maconha s.f. Cannabis sativa Linnaeus (Cannabaceae). Origem: Cultivada. Entorpecente: “cocaína, morfina, heroína, ópio, maconha […] nos sombrios esconderijos dos fumadores de maconha” (DF, p. 101). Comentário: No sítio da Flora e Funga do Brasil (2024) não cita o gênero para o Brasil, contudo no SPLINK (2024) encontram-se vários registros da espécie aqui cultivada.
Imagens: Hábito
Madressilva s.f. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Vida doméstica: “Conversavam tranqüilos assuntes da vida diária, os filhos da gata negra, as travessuras e graças das irmãs pequenas faziam conjeturas sobre o crescimento da madressilva que se enrascava no caramanchão […]” (CE, p. 75). Comentário: Menezes (1949, p. 135) cita “Madre Silva” como sendo Lonicera caprifolium L., uma “Caprifoliácea”, mas este nome não é citado para a flora do Brasil (FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 27-28) relaciona este fitônimo a várias espécies de Alstroemeria (Alstroemeriaceae).
Magnólia s.f. Magnolia grandiflora Linnaeus (Magnoliaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Dona Magnólia” (DF, pp. 163, 187, 188, 189, 190, 191) a fulva Magnólia” (DF, p. 163); ” e era Magnólia” (DF, p. 210); ” essa sua criada Magnólia Fátima das Neves […] Magnólia” (DF, p. 187). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 30-31) relaciona este fitônimo a várias espécies de Magnolia, além de M. grandiflora L.
Imagens: Ramo Florífero, Flor
Malagueta s.f. Capsicum frutescens Linnaeus (Solanaceae). Origem: Naturalizada. Alimento (Tempero erótico): “Viúva no fogão a cozinhar o vatapá, pesando o gengibre, o amendoim, a malagueta, e tão somente.” (DF, p. 136). Mulher desejada: “de malagueta e mel” (DF, p. 104). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e com Corrêa (1978[1926], v. 5, p.35-36).
Imagens: Hábito , Flor , Fruto
Malmequer s.m. Espécie indeterminada (Asteraceae [Compositae]). Origem indeterminada. Amor: “As flores desabrochavam nas praças de Ilhéus, canteiros de rosas, crisântemos, dálias, margaridas, malmequeres” (GCC, p. 125). Comentário: Menezes (1949, p. 135) cita como “Mal-me-quer” várias espécies de Compostas: Wedelia paludosa DC.; Chrysanthemum carinatum Schoub.; C. coronarium L. e Aspilea fofiacia Bar. (nome não encontrado no IPNI [2024], talvez uma variante de Aspilia foliacea Baker); Corrêa (1978[1926], v. 5, 38-39) associa este fitônimo a vários gêneros de Asteraceae como Chrysantemum, Grindelia, Onoseris e Viguiera.
Mamão s.m. Carica papaya Linnaeus (Caricaceae). Origem: Naturalizada. Amor: “Queria um fogão, um quintal de goiaba, mamão e pitanga” (GCC, p. 285). Paisagem: “do quintal de goiaba, mamão e pitanga” (GCC, p. 239). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Flor , Fruto aberto
Mamoeiro s.m. Carica papaya Linnaeus (Caricaceae). Origem: Naturalizada. Paisagem: “A lua, no alto dos céus, iluminava o quintal de mamoeiros e goiabeiras.” (GCC, p. 120). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2023) e Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 59-61).
Imagens: Hábito
Mandacaru s.m. Cereus jamacaru De Candole (Cactaceae). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “atravessando noutros dias zonas de caatinga, mandacarus, quixabas, croás, favelas, palmatórias, culumbis, toda uma vegetação espinhenta, onde os caminhos eram uma utopia” (CE, p. 169); ” a flora opressiva dos mandacarus e das macambiras […] No dia 19 a Coluna penetra na Estrada Cruel, em torno os mandacarus, os xique-xiques, as unhas-de-gato, as coroas-de-frade, toda a vegetação inimiga, espinhenta, da caatinga violada” (CE, p. 178). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2023); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 70) relaciona este fitônimo à Cereus peruvianus Mill., que, segundo a FLORA E FUNGA DO BRASIL (2024), trata-se de um sinônimo de C. hildmannianus K. Schum.
Imagens: Hábito , Flor , Fruto imaturo , Fruto maduro
Mandioca s.f. Manihot esculenta Crantz (Euphorbiaceae) Origem: Nativa. Produto agrícola: “cultivavam mandioca milho, batata doce, inhame […] Com a mandioca e o milho, a batata doce e o aipim, não conseguiam viver” (GCC, p. 267); ” plantar cacau, milho e mandioca” (TSF, p. 20); ” plantaram cacau e, entre o cacau, a mandioca, o milho de que iam viver os três anos de espera até que os cacaueiros crescessem.” (TSF, p. 42); ” Oito dias antes tinha vindo Zacarias trazer milho e farinha de mandioca e levar carne-seca, cachaça e feijão do armazém da fazenda” (TSF, p. 43); ” largaram fogo numa plantação de mandioca” (TSF, p. 199); ” iniciou um incêndio nas plantações de mandioca” (TSF, p. 229); ” O fogo devorava cartórios, plantações de milho e mandioca armazéns com cacau seco, matavam-se homens” (TSF, p. 240). Alimento: “os bolinhos de mandioca e puba” (GCC, p. 39); ” cheiro bom de comidas de milho e mandioca” (CA, p. 39); ” deixava bolo de milho e de aipim, cuscuz de mandioca também” (GCC, p. 81). Mercadoria: “sacos de alva farinha de mandioca.” (GCC, p. 48); ” contendo frutas, farinha de mandioca inhame, e aipim, carne de sol, chuchu e abóbora” (DF, p. 22). Homem (pênis): “enorme raiz de mandioca” (DF, p. 6). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 72-72) relaciona este fitônimo à Manihot utilissima Pohl, que é um sinônimo posteriormente publicado de M. esculenta Crantz
Imagens: ver aipim.
Mandiocal s.m. Manihot esculenta Crantz (Euphorbiaceae) Origem: Nativa. Produto agrícola: “entra pelas fazendas, cafezais, algodoais, mandiocais e milharais” (CE, p. 211).
Manga s.f. Mangifera indica Linnaeus (Anacardiaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “Refresco de manga?” (GCC, p. 235); ” manga e sapoti na sobremesa” (DF, p. 247); ” Vão sair depois numa região frutífera, laranjas, limas, mangas e cajus” (CE, p. 191). Topofitônimo: “esta [a coluna] chega à Chuva de Manga” (CE, p. 148). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito , Flor , Fruto no pé, Fruto comercializado
Manga-espada s.f. Mangifera indica Linnaeus (Anacardiaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “comer manga espada” (GCC, p. 170).
Mangaba s.f. Hancornia speciosa Gomes (Apocynaceae). Origem: Nativa. Material para fazer dispositivo que atravessava os rios: “se a verdade é que a Coluna conduzia um “apareio de mangaba” que colocava sobre os rios e sobre o qual passava?” (CE, p. 166). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Mangabeira s.f. Hancornia speciosa Gomes (Apocynaceae). Origem: Nativa. Topofitônimo: “marchando daí para São Raimundo das Mangabeiras” (CE, p. 151); ” Agora, amiga, penetram pela chapada das Mangabeiras” (CE, p. 192). Antropofitônimo: “Dr. Francisco Mangabeira” (CE, p. 276). Comentário: Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 82-83) concorda com a identificação, mas atribui a autoria da espécie à Müller Argoviensis, o que está incorreto.
Mangueira s.f. Mangifera indica Linnaeus (Anacardiaceae). Origem: Cultivada. Brinquedo de criança: “numa mangueira, um balanço onde uma menina da idade de Dora se divertia” (CA, p. 220); ” o rapaz voltou a balançar a irmã entre mangueiras” (CA, p. 224). Paisagem: “havia um frio húmido que o vento trazia das chácaras onde balouçavam mangueiras e sapotizeiros” (CA, p. 67). Riqueza: “palacete com mangueiras na frente e bancos sob a sombra” (S, p. 53). Comentários: esta identificação concorda com a Flora do Brasil (FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024) e com Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 87-88).
Manjericão s.m. Ocimum basilicum Linnaeus (Lamiaceae [Labiatae]) Origem: Cultivada. Mulher amada: “minha flor de manjericão” (DF, p. 14, 62). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Hábito , Inflorescência , Flor , Sementes
Maracujá s.m. Passiflora edulis Sims (Passifloraceae). Origem: Nativa. Ingrediente de bebida alcoólica: “Temos também de laranja e de maracujá” (GCC, p. 42). Mulher amada: “onde já se viu, minha Flor de maracujá” (DF, p. 221). Esta identificação concorda com a Flora do Brasil (FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 108-119) associa este nome a várias espécies de Passiflora.
Imagens: Hábito , Flor , Fruto imaturo , Fruto maduro fechado , Fruto maduro aberto
Margarida s.f. Chrysanthemum sp. (Asteraceae [Compositae]). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “boa tarde, dona Margarida […] mas a viúva Margarida Santos assentou de novo o lorgnon de ouro” (CA, p. 106). Amor: “As flores desabrochavam nas praças de Ilhéus, canteiros de rosas, crisântemos, dálias, margaridas, malmequeres” (GCC, p. 125). Resposta da natureza às mudanças estacionais: “margaridas e onze horas” (CA, p. 142). Comentário: Menezes (1949, p. 140), relaciona este nome às espécies de Asteraceae “Aster sinensis L.; Callistephus chinensis Ness e Coreopsis lanciolata “; Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 135-136) associa este fitônimo à Aster amellus L. e Chrysanthemum frutescens L.
Mastruço s.m. Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin & Clemants (Amaranthaceae). Origem: Naturalizada. Medicinal: “Por volta das oito horas da noite, sinhá Ricardina chegou, com um ramo de mastruço na mão […] Pôs o doente em pé, bateu-lhe com o mastruço na testa” (S, p. 81); “Agora bote azeite doce com esse mastruço no lugar da maldita” (S, p. 82). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 160) relaciona este fitônimo à Cardamine chenopodiifolia Pers. e Senebiera didyma Pers.
Imagens: Hábito , inflorescência , Flor
Mate s.m. Ilex paraguariensis A.St.-Hil. (Aquifoliaceae). Origem: Nativa. Padrão de cor: “Com sua tez mate de cabo-verde, suave” (DF, p. 29); ” cor de mate” (DF, pp. 34, 136); ” onde a cor mate de Flor ressaltava transfigurada” (DF, p. 48); ” tom de rosa chá, de mate e de finura” (DF, p. 113). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Maxixe s.m. Cucumis anguria Linnaeus (Cucurbitaceae). Origem: Nativa. Dança: “um maxixe embolado” (GCC, p. 249); ” de quando em quando um maxixe” (TSF, p. 236); ” cantando o maxixe de nome Dei Meu Coração” (TSF, p. 254); ” A que dançava maxixe nas noites da selva e da caatinga” (CE, p. 129); ” a mulata “Onça” se rebolava no maxixe dengoso […] onde as ancas tinham vida própria no ritmo do maxixe […] “Onça” se estraçalha no maxixe […] Os homens estavam perdidos, como nas noites lúbricas de maxixe” (CE, p. 133); ” nessa noite dançou seu maxixe como uma dança de vitória” (CE, p. 134). Topofitônimo: “Avançam por Roça de Dentro, lutando aí e lutando em Maxixe” (CE, p. 176). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e com Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 180-181).
Imagens: Flor , Fruto no pé , Fruto comercializado , Fruto fechado e aberto
Melão-bravo s.m. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Instrumento para lavar roupa: “esfregando o sabão enrolado em folhas de melão bravo” (S, p. 73).
Milharal s.m. Zea mays Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Produto agrícola: “imensamente mais pesado que no milharal” (TSF, p. 78); ” entra pelas fazendas, cafezais, algodoais, mandiocais e milharais” (CE, p. 211).
Imagem: Paisagem
Milho s.m. Zea mays Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Alimento: “na estação vendem doces de milho, mingau, mugunzá, pamonha, canjica” (CA, p. 313); ” cheiro bom de comidas de milho e mandioca” (CA, p. 314); ” Negras vendiam mingau e cuscuz, milho cozido e bolos de tapioca” (GCC, p. 17); ” os doces de aipim, de milho” (GCC, p. 39); ” deixava bolo de milho e de aipim, cuscuz de mandioca também” (GCC, p. 81); ” Sobre a alva toalha, cuscuz de milho com leite de coco, banana-da-terra frita, inhame, aipim” (GCC, p. 108); ” um manuê de milho” (DF, p. 165); ” sirvam-lhe adun: jubá de milho em dendê e mel de abelhas” (DF, p. 203); ” essa é também a festa do milho, canjicas, manuês, pamonhas, cuscuz, mungunzá, as espigas crepitando nas fogueiras” (CE, p. 142); ” Levavam café, leite, doces de milho, remédios para os feridos” (CE, p. 151). Produto agrícola: “cultivavam mandioca milho, batata doce, inhame […] Com a mandioca e o milho, a batata doce e o aipim, não conseguiam viver” (GCC, p. 267); ” ele plantava uma roça de milho com mais dois irmãos” (TSF, p. 19); ” A roça de milho bastaria para eles dois […] plantar cacau, milho e mandioca” (TSF, p. 20); ” plantaram cacau e, entre o cacau, a mandioca, o milho de que iam viver os três anos de espera até que os cacaueiros crescessem” (TSF, p. 42); ” Oito dias antes tinha vindo Zacarias trazer milho e farinha de mandioca” (TSF, p. 43); ” O fogo devorava cartórios, plantações de milho e mandioca […]” (TSF, p. 240); ” Campos que amamos, que conhecemos nas suas plantações de cana, de milho, de cacau, de café e de algodão” (CE, p. 14). Mulher: “meu manuê de milho verde, meu acarajé cheiroso, minha franguinha gorda” (DF, p. 6); ” uma espiga de milho” (DF, p. 38). Tabagismo: “raspando a palha de milho com um canivete” (TSF, p. 210); ” O fazendeiro escutava, a preparar um cigarro de palha de milho e fumo de rolo” (GCC, p. 141). Mercadoria: “que vêm para vender sua farinha, seu milho […]” (TSF, p. 198). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e com Corrêa (1978[1926], v. 5, 201-205).
Imagens: Hábito com inflorescências estaminadas , Infrutescência no pé , Infrutescência com brácteas , Infrutescência aberta com frutos imaturos
Milho-branco s.m. Zea mays Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Alimento: “Além do caldeirão de mungunzá de milho branco, um espetáculo!” (DF, p. 178); ” Suas comidas são ojojó de inhame, ebô de milho branco” (DF, p. 203).
Mocugê s.m. Couma rigida Muell. Arg. (Apocynaceae). Origem: Nativa. Topofitônimo: “Prestes envia o destacamento de Djalma Dutra à cidade do Mocugê […] O destacamento Dutra vai sustentar em Mocugê um combate desigual com as forças de Doca Medrado aí estacionadas” (CE, p. 175); ” quando a sua vanguarda, chefiada por Ari, é tiroteada pelo inimigo emboscado nos altos da serra e nas primeiras casas de Mocugê” (CE, p. 176). Comentário: Inicialmente, este nome foi associado à Clusia nemorosa G. Mey. (Clusiaceae), contudo Menezes (1949, p. 144), associa este nome à espécie ” Couma rigida M.”, uma Apocynaceae, no que é acompanhado pela Flora do Brasil (FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024), como “mucugê”, sendo que nesta última fonte C. nemorosa é associada ao nome mucugê-bravo; Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 243) também identifica este fitônimo como C. rigida Muell. Arg., mas coloca “Mocugê” entre as variantes ortográficas de “Mucujê”.
imagens: Hábito , Flor , Ramo frutífero , fruto
Morango s.m. Fragaria vesca L. (Rosaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “as gasosas de limão e de morango, os guaranás” (DF, p. 178). Comentário: Inicialmente optou-se por não associar este nome a uma espécie botânica, contudo Menezes (1949, p. 145) identifica este nome com a espécie “Fragaria vesca L.” no que é acompanhado pela Flora do Brasil (FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 228-230) afirma existir outra espécie: “Fragaria chiloensis Duchesne” mas trata-se de um sinônimo que não foi validamente publicado (cf. FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024).
Imagens: Fruto no pé , Fruto isolado , Fruto comercializado
Mulungu s.m. Erythrina sp. (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Nativa. Topofitônimo: “Siqueira luta em Mulungu” (CE, p. 162). Comentários: Menezes (1949, p. 146) afirma que este nome deve ser associado à “Erythrina mulungu M.” mas em seguida acrescenta que “são do mesmo tipo e com o mesmo apelido a E. corallodendron L.; E. crista-galli L.; E. falcata“. Silva et al. (1979, p. 725-726), também associam este nome à E. mulungu Mart.; Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 261-263) cita para este fitônimo E. mulungu Mart., E. falcata Benth., E. velutina Willd., E. verna Vell.
Noz s.f. Juglans regia Linnaeus (Juglandaceae). Origem: Cultivada. Oportunidade não aproveitada: “Deus dá nozes a quem não tem dentes…” (DF, p. 191).
Noz-moscada s.f. Myristica fragrans Houtt. (Myristicaceae). Origem: Cultivada. Moderação no casamento: “Subnitrato de bismuto, aspirina, azul de metileno, noz-moscada, as quantidades precisas, nem um grão a mais ou a menos. Assim o casamento” (DF, p. 170). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 297-298).
Imagem: Fruto
Olivier s.m. Olea europaea Linnaeus (Oleaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Maria Rosa Olivier” (CE, p. 364). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Oliva s.f. Olea europaea Linnaeus (Oleaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Zitelmann Oliva” (DF, p. 81). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Oliveira s.f. Olea europaea Linnaeus (Oleaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Manuel de Oliveira” (TSF, pp. 189, 185, 191, 237, 258). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 310).
Imagens: Fruto imaturo , Fruto maduro , Fruto acumulado para extração do azeite (Lagar)
Onze-horas s.f. Portulaca grandiflora Hook. (Portulacaceae). Origem indeterminada. Resposta da natureza às mudanças de estação: “margaridas e onze horas” (CA, p. 142); ” As pétalas das onze-horas abriam-se por entre a relva” (GCC, p. 125). Comentário: Menezes (1949, p. 150-151) identifica este nome com a espécie “Portulaca grandiflora Hoot. Portulacácia […]”, nome que aparece como correto e aceito na Flora do Brasil (FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024), apenas com a correção do nome do autor do binômio.
Imagem: Flor
Orquídea s.f. Espécie indeterminada (Orchidaceae). Origem indeterminada. Amor: “explodiam fantásticas orquídeas […] das orquídeas selvagens” (GCC, p. 125). Presente: “Vadinho ofertou-lhe uma orquídea às escondidas” (DF, p. 49). Comentário: Menezes (1949, p. 151), cita algumas espécies que ele considera as mais comuns “Cattleya bicolor Lind., C. labiata L., C. aclandiae Lind., Laelia crispa Reich., L. purpurata Lind.”
Palma s.f. Espécie indeterminada (Família indeterminada). Origem indeterminada. Religião (ato fúnebre): “Ela comprou rosas e cravos, palmas e violetas, dálias e saudades” (DF, p. 103). Comentário: Segundo Menezes (1949, p. 152) trata-se de uma “designação impropriamente usada na Bahia para a palmatória [Cactaceae] sem espinhos”
Palmatória s.f. Espécie indeterminada (Cactaceae). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “atravessando noutros dias zonas de caatinga, mandacarus, quixabas, croás, favelas, palmatórias, culumbis, toda uma vegetação espinhenta, onde os caminhos eram uma utopia” (CE, p. 169). Menezes (1949, p. 153), afirma que este nome é aplicado a várias espécies de Cactaceae, tais como: “Opuntia brasiliensis HAW, […] O. bahiensis; O. vulgaris Mill.”; Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 333-334) associa este fitônimo a várias espécies de Cactaceae: Opuntia monacantha Haw., Opuntia orbiculata Salm.-Dyck e O. palmadora Britton & Rose; a Flora do Brasil também relaciona este fitônimo a outras espécies desta mesma família: Brasiliopuntia brasiliensis (K. Schum.) A. Berger. e Nopalea cochenillifera (L.) Salm.-Dyck (FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024).
Palmares s.m. Espécie indeterminada (Arecaceae [Palmae]). Origem: Nativa. Antropofitônimo: “Zumbi dos Palmares” (CA, p. 315).
Palmeira s.f. Espécie indeterminada (Arecaceae [Palmae]). Origem: Nativa. Antropofitônimo: “Faziam comparações com o sempre lembrado dr. Argileu Palmeira” (GCC, p. 241). Topofitônimo: “cidade das palmeiras ao vento” (TSF, p. 172); ” Ele, com seu penacho, entra nas cidades, nas maiores que encontra no seu caminho: Rio Verde, Santana do Paranaíba, Palmeiras […]” (CE, p. 198). Economia histórica: “que as palmeiras apenas nasciam nas praias” (TSF, p. 172). Comentário: Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 334) afirma que palmeira é o nome dado a todas as plantas pertencentes às Arecaceae (Palmae).
Palmeirão s.m. Espécie indeterminada (Arecaceae [Palmae]). Origem: Nativa. Antropofitônimo: “Rosa Palmeirão” (CA, pp. 251, 263, 284, 286, 287, 328).
Palmeira-imperial s.f. Roystonea oleracea (Jacq.) O.F.Cook (Arecaceae [Palmae]). Origem: Cultivada. Mulher: “palmeira imperial” (DF, p. 45). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 353) associa este fitônimo à Roystonea regia Cook.
Imagens: Hábito , inflorescência
Palmito s.m. Espécie indeterminada (Arecaceae [Palmae]). Origem: Nativa. Alimento: “tudo que resta é o palmito de quando em vez encontrado na estrada difícil” (CE, p. 204).
Parreira s.f. Vitis vinifera Linnaeus (Vitaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Ari Parreiras” (CE, p. 263).
Patchuli s.m. Pogostemon cablin (Blanco) Benth. (Lamiaceae [Labiatae]) Origem: Cultivada. Padrão de odor: “toalha cheirando a patchuli” (DF, p. 46); ” enquanto botavam patchuli na água de enxaguar para a roupa ficar cheirando […] Certos fregueses não gostavam, dizendo que patchuli fedia a negro” (S, p. 72). Silva et al. (1979, p. 764-765) cita “Patichouli” associando à “Pogostemum patchouly Trist. et Pellet.”, que é sinônimo de P. cablin, conforme FLORA E FUNGA DO BRASIL, (2024), que também concorda com a identificação; Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 376) concorda em associar este “Patcholi” à P. patchouli Pelletier.
Pau-brasil s.m. Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Nativa. Mercadoria: “essas dezenas de léguas povoadas de silvícolas e de pau-brasil” (GCC, p. 11). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 380-383) identifica este fitônimo como Caesalpinia echinata Lam., um sinônimo da citada P. echinata.
Imagens: Plantação , Hábito , Tronco armado , Ramo Florífero , flor , fruto
Pau-marfim s.m. Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. (Rutaceae). Origem indeterminada. Material de mobiliário: “beleza de móvel em pau marfim e metal cromado” (DF, p. 82). Comentário: Menezes (1949, p. 158) identifica este nome com a espécie “Balfourodendron riedelianum Engl., Rutácia […]”, no que concorda com a flora do Brasil (FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024). Comentários: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2023); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 406) cita ainda para este fitônimo: Agonandra brasiliensis Benth. (Opiliaceae), Connarus fulvus Planch. (Connaraceae) e Melochia umbellata Stapf (Malvaceae).
Imagens: Ramo florífero , fruto imaturo
Pereira s.f. Pyrus communis Linnaeus (Rosaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Antônio Pereira Prestes” (CE, pp. 29, 34, 39, 40, 41, 42, 45, 46, 49, 52, 75, 110); ” Agenor Pereira de Souza” (CE, p. 129); ” Astrojildo Pereira” (CE, pp. 137, 222). Ornamentação (Particular): “Nos jardins de sua casa plantara até macieira e pereira” (GCC, p. 52). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e com Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 440).
Pernambuco s.f. Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Nativa. Topofitônimo: “farol da ilha de Pernambuco” (GCC, p. 290).
Imagens: ver Pau-Brasil
Pimenta s.f. Capsicum frutescens Linnaeus (Solanaceae). Origem: Naturalizada. Alimento (Tempero): “do sal e da pimenta” (DF, p. 23); ” machucava pimentas para o molho” (DF, p. 45); ” zeladora do dendê e da pimenta” (DF, p. 88); ” o gengibre com o coco, o sal com a pimenta, o alho com a castanha” (DF, p. 135); ” e o molho de pimenta” (DF, p. 228); ” Cabaça não estava com o acarajé sem pimenta” (S, p. 77); ” e comprou um acarajé, no qual não mandou botar pimenta” (S, p. 24); ” que levava o molho de pimenta” (S, p. 23) sal, limão, alho, cebola, tomate, pimenta, e azeite, azeite doce à vontade” (DF, p. 105). Alimento (Característica da Bahia): “eram poemas de camarão e dendê, de peixes e leite de coco, de carnes e pimenta” (GCC, p. 282). Alimento (erótico): “se o vatapá, forte de gengibre, pimenta, amendoim” (DF, p. 135). Antropofitônimo: “a caminho da casa-grande do doutor Pimenta” (DF, p. 157); ” Casa dos Pimentas” (DF, pp. 158, 159). Homem desejado: “ardido hálito de pimenta” (DF, p. 224); ” o gosto ardido de gengibre, de pimenta, de cebola crua” (DF, p. 252). Característica Psicológica humana (Alegria de viver): “pimenta morder” (GCC, p. 170). Mulher (vagina): “Tem gosto de mel e de pimenta, e de gengibre…” (DF, p. 244). Sexo: “e tendo chupado uma pastilha de hortelã para limpar a boca do gosto de pimenta e mel daquele beijo impudico” (DF, p. 211). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagem: Hábito com frutos
Pimenta-do-reino s.f. Piper nigrum Linnaeus (Piperaceae). Origem: Cultivada. Alimento (Tempero): “azeite de dendê, de coco ralado, uma pitada de pimenta do reino” (DF, p. 14). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e com Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 477).
Imagem: Ramo frutífero
Pimenta-malagueta s.f. Capsicum frutescens Linnaeus (Solanaceae). Origem: Naturalizada. Alimento (Tempero): “moam amendoins, camarões secos, castanhas de caju, gengibre, sem esquecer a pimenta malagueta ao gosto do freguês” (DF, p. 135). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Pimentão s.m. Capsicum annuum Linnaeus (Solanaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “[…] um pimentão; meio quilo de tomates. Para depois: quatro tomates; uma cebola” (DF, p. 19); ” […] um pimentão […]Piquem o coentro bem picado, a salsa, alguns tomates, a cebolinha e meio pimentão […] Tomem de quatro tomates escolhidos, um pimentão, uma cebola […] DF, p. 20). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e com Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 478).
Pimenteira s.f. Capsicum frutescens Linnaeus (Solanaceae). Origem: Naturalizada. Produto agrícola: “ilha plantada de canaviais e pimenteiras” (GCC, p. 286). Ornamentação (Particular): “onde uma pimenteira dominava solitária” (S. p. 70).
Pimentel s.m. Capsicum sp. (Solanaceae). Origem indeterminada. Antropofitônimo: “Pergentino Pimentel” (DF, p. 36).
Pinheiro s.m. Pinus sp. (Pinaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Pinheiro Machado” (CE, pp. 144, 147, 216); ” Como o negro Balduíno, velho de carapinha branca, os anos incontáveis, que já fizera a guerra no ano distante de 93, acompanhando Pinheiro […] Um dia o esquadrão de Pinheiro se empenhou num combate desigual […] Balduíno se colocou ao seu lado, ordenou a Pinheiro” (CE, p. 216) Esse negro Balduíno, amiga, que salvou Zezé Pinheiro nesse dia” (CE, p. 216). Comentário: Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 490) afirma ser este fitônimo aplicado a vários gêneros de Pinaceae como Abies, Pinus e Pseudotsuga.
Pinho s.m. Pinus sp. (Pinaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Pinho Pedreira” (DF, p. 148).
Pitanga s.f. Eugenia pitanga (O.Berg) Nied. (Myrtaceae). Origem: Nativa. Antropofitônimo: “Aristides Pitanga […] E, me diga, Pitanga, quanto você está cobrando hoje por um traje de linho branco?” (DF, p. 95). Mulher (boca): “sua boca de pitanga” (GCC, p. 102); ” e só quero um ósculo depositar em vossa boca de pitanga” (DF, p. 121). Padrão de odor: “aroma de pitanga” (DF, 142); ” o chão perfumado de folhas de pitanga” (DF, p. 46). Amor: “Queria um fogão, um quintal de goiaba, mamão e pitanga” (GCC, p. 285). Coisas boas da vida: “De goiaba e pitanga” (GCC, p. 262). Paisagem (quintal): “do quintal de goiaba, mamão e pitanga” (GCC, p. 239). Proteção (recanto tranquilo): “mordia goiabas, vermelhas pitangas” (GCC, p. 295).
Imagens: Hábito , Ramo Florífero e Frutífero
Pitangueira s.f. Eugenia pitanga (O.Berg) Nied. (Myrtaceae). Origem: Nativa. Topofitônimo: “Ponto das Pitangueiras” (CA, pp. 67, 72) . Comentário: Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 511) associa E. pitanga ao fitônimo “Pitangueira comum”
Pitombeira s.f. Talisia esculenta (Cambess.) Radlk. (Sapindaceae). Origem: Nativa. Topofitônimo: “Na Paraíba, a Coluna atravessa as serras de Boa Vista, da Pedra Cerrada e das Pitombeiras […] A Coluna saiu de Piancó a 10, atravessa a vila de Santana dos Garrotes, acampa em Pitombeiras” (CE, p. 161). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024); Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 513-514), relaciona outras espécies de Talisia a este fitônimo como Talisia acutifolia Radlk.; T. cerasina Radlk., T. cupularis Radlk. e T. intermedia Radlk.
Imagens: Hábito , Inflorescência
Pitombo s.m. Talisia esculenta (Cambess.) Radlk. (Sapindaceae). Origem: Nativa. Antropofitônimo: “doutor Dival Pitombo” (DF, p. 132).
Quiabo s.m. Abelmoschus esculentus (L.) Moench (Malvaceae). Origem: Cultivada. Mercadoria: “Bananas cor de ouro, abóboras amarelas, verdes jilós, quiabos, laranjas” (GCC, p. 48). Alimento: “Leva seus quiabos, é mais seguro” (DF, p. 184). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024) e com Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 564).
Imagens: Plantação , Flor e Fruto
Quixaba sf. Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D.Penn. (Sapotaceae). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “atravessando noutros dias zonas de caatinga, mandacarus, quixabas, croás, favelas, palmatórias, culumbis, toda uma vegetação espinhenta, onde os caminhos eram uma utopia” (CE, p. 169). Comentário: Corrêa (1978[1926], v. 5, 583-584) cita para este fitônimo “Bumelia sertorum Mart.” que é um dos sinônimos de S. obtusifolium.
Imagens: Hábito , Ramo frutífero
Rosa s.f. Rosa sp. (Rosaceae). Origem: Cultivada. Mulher: “Rosa rubra com cheiro de cravo, perfume de Gabriela” (GCC, p. 129); ” Faltava-lhe a rosa […] aproveitando-se da confusão em torno do engenheiro para roubar a rosa […] , a rosa caída dos cabelos na espreguiçadeira” (GCC, p. 137); ” Que fizera da rosa de Gabriela” (GCC, p. 144); ” Tinha uma rosa na orelha” (GCC, p. 153); ” minha rosa de Jericó” (GCC, pp. 188, 195); ” A rosa ficou doente […] a rosa teve um desmaio” (GCC, p. 189); ” uma rosa atrás da orelha?” (GCC, pp. 204, 209); ” no fundo da espreguiçadeira encontrava a rosa caída” (GCC, p. 292); ” O juiz tentava roubar-lhe a rosa da orelha” (GCC, p. 293); ” Uma flor apenas, rosa de tão vermelha quase negra” (DF, p. 121); ” e uma rosa de cobre e de veludo” (CE, p. 135). Mulher (vagina): “ou um fechado botão de rosa que ele fazia desabrochar em cada noite de prazer” (DF, p. 8); ” Onde encontrara Flor aquela rosa de tão vermelha quase negra? […] galante cavalheiro na mão a rosa de tão vermelha quase negra […] rosa de seu amor” (DF, p. 55). Mulher (umbigo): “a rosa do ventre” (DF, p. 132). Antropofitônimo: “Rosa Palmeirão” (CA, pp. 251, 263, 286, 287, 328); ” Santa Rosa teve um filho, aquele a quem chamariam de ‘José, o Filho da Revolução'”” (CE, pp. 129, 134); ” Rosa Meireles” (CE, pp. 187, 319); ” Maria Rosa Olivier” (CE, p. 364); ” Filha de sinhá Rosa” (S, p. 21). Ornamentação feminina: “colheu uma rosa no canteiro do quintal” (GCC, p. 126); ” a rosa na orelha […] O sapateiro Felipe elogiava-lhe a rosa na orelha” (GCC, p. 128); ” Uma rosa orelha” (GCC, p. 239); ” a rosa atrás da orelha” (GCC, p. 291). Padrão de cor: “o verde e o rosa” (DF, p. 105); ” tom de rosa chá, de mate e de finura” (DF, p. 113); ” pintado de cor-de-rosa” (S, p. 78); ” As pedras do calçamento estavam cor-de-rosa” (S, p. 90). Presente: “rosas vermelhas” (GCC, p. 196); ” um botão de rosa cor de vinho” (DF, p. 111); ” e sua rosa cor de vinho” (DF, p. 115). Característica psicológica humana (Tranquilidade): “seu caminho é de rosas” (DF, p. 42); ” Mar de rosas” (DF, p. 51). Topofitônimo: “Atravessa as serras do Queimado e de Santa Rosa” (CE, p. 169); ” Ali a Coluna está próxima de Santa Rosa, pequeno povoado […]” (CE, p. 170). Religião (ato fúnebre): “rosas vermelhas na mão” (DF, p. 15); ” Ela comprou rosas e cravos, palmas e violetas, dálias e saudades” (DF, p. 103). Amor: “As flores desabrochavam nas praças de Ilhéus, canteiros de rosas, crisântemos, dálias, margaridas, malmequeres” (GCC, p. 125). Padrão de Odor: “deixava a rosa com seu perfume” (GCC, p. 136). Resposta da natureza à luminosidade de inverno: “rosas e cravos” (CA, p. 142). Sexo: “não quero rosas nem cravos” (GCC, p. 9). Vida doméstica: “[…]ou sobre quando floriria a roseira de rosas vermelhas como sangue” (CE, p. 75). Comentário: Segundo Menezes (1949, p. 170), trata-se de um nome associado ao gênero Rosa, correspondendo à várias espécies, variedades e híbridos.
Rosa-chá s.f. Rosa sp. (Rosaceae). Origem: Cultivada. Ornamentação particular (Jardim): “um pequeno jardim bem cuidado de rosas-chá e açucenas” (GCC, p. 73). Comentário: Menezes (1949, p. 170) associa este nome à Rosa indica L., que, de acordo com o sítio World Flora on Line (WFO, 2023), trata-se de um sinônimo de Rosa chinensis Jacq. ; Corrêa (1978[1926], v. 5, p. 610) também associa este fitônimo à R. indica L.
Roseira s.f. Rosa sp. (Rosaceae). Origem: Cultivada. Amor: “quebra o galho da roseira” (GCC, p. 108). Vida doméstica: “[…]ou sobre quando floriria a roseira de rosas vermelhas como sangue” (CE, p. 75).
Rosinha s.f. Rosa sp. (Rosaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Roda na praça com Rosinha e Tuísca” (GCC, p. 239); ” Lilita e Rosinha” (S, p. 22).
Sabugueiro s.m. Sambucus nigra Linnaeus (Adoxaceae). Origem: Naturalizada. Medicinal: “com um galho de sabugueiro manda que a febre se vá” (CA, p. 280). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Salsa s.f. Petroselinum crispum (Mill.) Fuss (Apiaceae [Umbeliferae]). Origem: Cultivada. Alimento: “o suco de um limão; coentro; salsa; cebolinha verde; duas cebolas” (DF, p. 19); ” Piquem o coentro bem picado, a salsa, alguns tomates, a cebolinha e meio pimentão” (DF, p. 20). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Sândalo s.m. Santalum album Linnaeus (Santalaceae). Origem: Cultivada. Padrão de odor: “perfume de sândalo” (DF, pp. 148, 149). Comentários: O sítio da Flora e Funga do Brasil (2024) não cita esta espécie, contudo o sítio SPLINK cita vários exemplares cultivados em diferentes localidades do país.
Sapoti s.m. Manilkara zapota (L.) P.Royen (Sapotaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “tentando roubar frutas nos cestos de laranjas, limas, tangerinas, umbus e sapotis” (DF, p. 70); ” manga e sapoti na sobremesa” (DF, p. 247). Alimento (religioso): “para Yansã, não ofereçam abóbora, não lhe dêem alface ou sapoti” (DF, p. 203). Topofitônimo: “Beco do Sapoti” (DF, p. 145). Objeto de desejo: “que não podia correr com eles, nem tomar parte nos furtos de banana e sapoti” (S, p. 20). Presente: “lhe ofertava sapotis e cajás” (DF, p. 122). Quiropterocoria: “ouviam o vôo dos morcegos que atacavam os sapotis maduros nos pés” (CA, p. 72). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagem: Ramo florífero , Ramo frutífero
Sapotizeiro s.m. Manilkara zapota (L.) P.Royen (Sapotaceae). Origem: Cultivada. Paisagem (ambiente rural): “havia um frio húmido que o vento trazia das chácaras onde balouçavam mangueiras e sapotizeiros” (CA, p. 67).
Sargaço s.m. Sargassum sp. (Sargassaceae). Origem: Nativa. Padrão de odor: “ardido cheiro de sargaços, de algas e ostras” (DF, p. 167). Comentário: Menezes (1949, p. 175) identifica este nome com “Sargassum baciferum Ag.; S. natans V.; Zonarium pavonina“
Saudade s.f. Scabiosa atropurpurea Linnaeus (Dipsacaceae). Origem: Cultivada. Religião (ato fúnebre): “Dona Gisa arrumou uma saudade roxa entre os dedos cruzados de Vadinho […] Uma ficha em vez da saudade roxa […] Que poderia ele fazer com uma saudade roxa” (DF, p. 10); ” Ela comprou rosas e cravos, palmas e violetas, dálias e saudades […] com ele amarrando cravos e saudades num pequeno buquê e dando um nó […] três cravos amarelos e quatro saudades roxas” (DF, p. 103). Comentários: O sítio da Flora e Funga do Brasil (2023) não cita esta espécie, mas ela é registrada para o Brasil como cultivada no SPLINK (2024).
Seringal s.m. Hevea brasiliensis (Willd. ex A.Juss.) Müll.Arg. (Euphorbiaceae) Origem: Nativa. Riqueza: “dono de navios e ilhas, de seringais, matas de castanheiros” (DF, p. 33). Produto extrativista: “os donos de seringais , da Amazônia” (TSF, p. 184).
Imagens: Plantação , Tronco com marcas da coleta do látex
Tabaco s.m. Nicotiana tabacum Linnaeus (Solanaceae). Origem: Naturalizada. Riqueza: “esse fazendeiro de cacau ou de tabaco” (DF, p. 30). Mercadoria: “em geral eram apenas seções de grandes casas exportadoras de tabaco, café, algodão e coco.” (TSF, p. 186). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: ver Fumo
Taboca s.f. Guadua angustifolia Kunth (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Topofitônimo: “Tabocas” (GCC, pp. 214, 217, 218); ” Tabocas” (TSF, pp. 19, 22, 42, 43, 45, 46, 47, 50, 51, 53, 54, 58, 63, 64, 67, 79, 93. 94, 95, 112, 117, 118, 119, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127, 129, 133, 134, 135, 137, 140, 141, 142, 143, 145, 157, 169, 175, 176, 183, 184, 199, 214, 215, 217, 222, 225, 230, 232, 233, 235, 236, 237, 253, 258, 259). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Taboquense s.f. Guadua angustifolia Kunth (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Gentílico: “Grupo de Amadores Taboquenses” (TSF, pp. 144, 145, 225).
Taioba s.f. Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott (Araceae). Origem indeterminada. Característica psicológica humana (ingenuidade): “não vale a pena tomar o taioba” (CA, p. 72).
Tâmara s.f. Phoenix dactylifera Linnaeus (Arecaceae [Palmae]). Origem: Cultivada. Mercadoria: “cardeal vendeu tâmaras no Egito” (DF, 239).
Imagem: Hábito
Tangerina s.f. Citrus reticulata Blanco (Rutaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “tentando roubar frutas nos cestos de laranjas, limas, tangerinas, umbus e sapotis” (DF, p. 70). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Taquara s.f. Espécie indeterminada (Poaceae [Gramineae]) Origem indeterminada. Homem (Pênis): “Mame na minha taquara…” (S, p. 87). Comentário: Corrêa (1978[1926], v. 6. p. 1990), associa este nome comum à muitas espécies de Gramíneas: Bambusa tacuara Arech., Guadua refrecta Munro e Merostachys fistulosa Doell. Menezes (1949, p. 181) afirma que este nome é associado a várias espécies de gramíneas com “feitio reduzido dos bambus” como Arundo donax L.; Chusquea gaudichaudii Kunth; Guadua angustifolia Kunth, G. superba Hub.; Merostachys sp.
Tiririca s.f. Espécie indeterminada (Cyperaceae). Origem indeterminada. Antropofitônimo: “Major Tiririca” (DF, pp. 37, 40, 44, 47, 98). Topofitônimo: “Tiririca do Açuruá” (CE, p. 171). Comentário: Corrêa (1978[1926], v. 6 p. 257) associa este nome a três espécies de Cyperaceae: Cyperus rotundus L. C. stoloniferus Retz. e Scleria reflexa HBK., todos com inúmeros sinônimos. Para Menezes (1949, p. 183) é um nome referido para “Cyperus brasiliensis; C. radiatus Vahl; Scleria melaleuca Schl.; S. mitis Berg.; S. paludosa Kth.; S. palustris N. e E.; S. tenacissima dentre outras”.
Tomate s.m. Solanum lycopersicum Linnaeus (Solanaceae). Origem: Cultivada. Alimento: “um pimentão; meio quilo de tomates. Para depois: quatro tomates; uma cebola” (DF, p. 19); ” Piquem o coentro bem picado, a salsa, alguns tomates, a cebolinha e meio pimentão […] Tomem de quatro tomates escolhidos, um pimentão, uma cebola” (DF, p. 20); ” sal, limão, alho, cebola, tomate, pimenta, e azeite, azeite doce à vontade” (DF, p. 105); ” Tomem do sal, do coentro, do alho e da cebola, alguns tomates e o suco de um limão” (DF, p. 135). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Fruto
Trigal s.m. Triticum aestivum Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Produto agrícola: “Essa palavra [Rússia] queria dizer opressão e ódio, desgraça, fome em meio aos trigais” (CE, p. 247).
Trigo s.m. Triticum aestivum Linnaeus (Poaceae [Gramineae]) Origem: Cultivada. Produto agrícola: “Assim disse Lênin, e convidou a gente toda, os pastores de gado, os perfuradores de poços, os colhedores de trigo, os alfaiates e os garções” (CE, p. 247); ” Antes, nessas terras brancas de neve, negras de petróleo e loiras de trigo” (CE, p. 246). Alimento: “o pão de trigo puro” (DF, p. 131). Padrão de cor: “Era loira, seu cabelo de trigo, seu rosto de farinha” (CE, p. 131). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Plantação , Detalhe da Inflorescência
Umbu s.m. Spondias tuberosa Arruda (Anacardiaceae). Origem: Nativa. Alimento: “tentando roubar frutas nos cestos de laranjas, limas, tangerinas, umbus e sapotis” (DF, p. 70). Ingrediente de bebida alcoólica: “Marilda e a empregada serviam licores feitos em casa: de ovos, de violetas, de groselha, de umbu, de araçá” (DF, p. 152). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Imagens: Tubérculo , Inflorescência , Fruto
Umburana s.f. Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “Árvore amiga do homem só a umburana, guardando no seu tronco a água abençoada para o viajor sedento […] Espinhos e flores, de longe em longe a visão confortadora de uma umburana” (CE, p. 178). Perigo da natureza: “umburana é pau de abeia” (S, p. 26).
Imagens: Tronco (casca) , Flor , Fruto , Fruto maduro comercializado
Umbuzeiro s.m. Spondias tuberosa Arruda (Anacardiaceae). Origem: Nativa. Proteção (local de descanso): “não se animava sequer a olhar para a árvore à qual ela se encostara, um umbuzeiro” (GCC, p. 67). Comentário: identificação concorda com Flora e Funga do Brasil (2024).
Unha-de-gato s.f. Espécie indeterminada (Fabaceae [Leguminosae]). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “No dia 19 a Coluna penetra na Estrada Cruel, em torno os mandacarus, os xique-xiques, as unhas-de-gato, as coroas-de-frade, toda a vegetação inimiga, espinhenta, da caatinga violada” (CE, p. 178). Corrêa (1978[1926], v. 6, p. 341-342) afirma que numerosas espécies são conhecidas com este nome, sendo que a maioria pertence às Leguminosae: Acacia adherens Benth.; A. bonariensis Gill.; A. paniculata Willd.; A. pedicellata Benth. A. riparia HBK, Machaerium uncinatum Benth., Mimosa bimucronata (DC.) OK., M. malacocentra, M. weddeliana Benth., entre outras. Menezes (1949, p. 188), associa este nome à Acacia paniculata Willd. (Leguminosae).
Vinha s.f. Vitis vinifera Linnaeus (Vitaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Tancredo Vinhas” (DF, p. 172).
Imagens: Parreira (Vinha) , Inflorescência , Infrutescência
Violeta s.f. Viola odorata L. (Violaceae). Origem: Cultivada. Antropofitônimo: “Violeta Sá” (DF, p. 146); ” jogar sete e meio à tarde na casa de Violeta” (TSF, p. 13); ” Depois eram os suspiros de Violeta” (TSF, p. 14); ” estirado semi-nu na cama da Violeta” (TSF, p. 15); ” os dedos de Violeta nos seus cabelos […] Tinha ido para a casa de violeta bem descansado” (TSF, p. 16). Ingrediente de bebida alcoólica: “Marilda e a empregada serviam licores feitos em casa: de ovos, de violetas, de groselha, de umbu, de araçá” (DF, p. 152). Padrão de cor: “onde em violeta Nacib deixava” (GCC, p. 264). Presente: “empunhando um ramalhete de violetas” (DF, p. 61). Religião (ato fúnebre): “Ela comprou rosas e cravos, palmas e violetas, dálias e saudades” (DF, p. 103). Resposta da natureza às mudanças de estação: “dhalias e violetas” (CA, p. 142). Comentário: Menezes (1949, p. 191) liga este nome comum à “Viola odorata L., Violácia […]”, no que concorda com a flora do Brasil (FLORA E FUNGA DO BRASIL, 2024).
Xique-xique s.m. Xiquexique gounellei (F.A.C.Weber) Lavor & Calvente (Cactaceae). Origem: Nativa. Paisagem (Caatinga): “No dia 19 a Coluna penetra na Estrada Cruel, em torno os mandacarus, os xique-xiques, as unhas-de-gato, as coroas-de-frade, toda a vegetação inimiga, espinhenta, da caatinga violada” (CE, p. 178); ” Perigos da natureza: Xiquexique é pau de espinho” (S, p. 26).
Imagens: Hábito , Flor , Fruto imaturo
Essa plataforma faz parte da tese de doutorado Vocabulário fitonímico das obras de Jorge Amado, desenvolvida por Flávio França, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos / UEFS, 2024.
Como citar: FRANÇA, Flávio. Vocabulário fitonímico das obras de Jorge Amado. Tese de doutorado. Universidade Estadual de feira de Santana, 2024.